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Equador dá bom exemplo: País pode trocar petróleo por compensação


Países desenvolvidos têm insistido que é imperativo que nações em desenvolvimento assumam também responsabilidade pelo combate a emissões de gases estufa, e que isso é necessário para uma abordagem internacional eficaz para a mudança do clima. Muitas destas nações apontam o dedo para a China, mas também querem que outros estados menos desenvolvidos façam sua parte. Um líder que adiantou uma proposta neste sentido foi Rafael Correa, o presidente populista do Equador.

Em recente discurso nas Nações Unidas, Correa anunciou que seu governo estava disposto a abandonar o projeto de exploração de um grande depósito de petróleo no Parque Nacional Yasuni, uma localidade considerada patrimônio mundial pela ONU, se a comunidade internacional entrar com um fundo de compensação para parte da renda perdida pelo não aproveitamento de 864 milhões de barris da região remota, terra de povos indígenas. Na verdade, o governo de Correa deixaria as reservas sob o solo indefinidamente se países doadores entrarem com U$ 3.6 bilhões, soma que representa metade da renda perdida. O dinheiro iria para um fundo de capital a ser administrado pelo Programa de Desenvolvimento da ONU, PNUD. O capital seria investido em projetos de energia renovável no Equador, que poderia trazer ao país retornos estáveis, aproveitando-se do potencial hidroelétrico, geotérmico, eólico e solar do país, para diminuir sua dependência atual de combustíveis fósseis - que respondem por quase metade da energia equatoriana. O Equador é uma nação exportadora de petróleo desde 1972.

Correa afirma que sua proposta seria uma maneira inovadora de combater o aquecimento global, ao evitar a produção de combustível fóssil em áreas que são biologica ou culturalmente sensíveis. Ela reduziria também o risco de desflorestamento nas florestas virgens da região, um reservatório de ar limpo e não contaminado para todo o planeta. O compromisso de não exploração do petróleo impediria a emissão de 407 milhões de toneladas de CO2. "Este seria um exemplo extraordinário de ação coletiva global", disse o presidente, segundo o Edmonton Journal. "Não apenas reduziria o aquecimento global, o que beneficiaria todo o planeta, como introduziria uma nova lógica econômica para o século 21, que atribui valor a coisas que não são mercadorias".

 

Fonte: Planeta Sustentável
 

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