A prática regular de exercícios físicos e a alimentação balanceada são fundamentais para viver bem com a doença e merecem atenção especial por parte dos pacientes com a doença.
Muitos pacientes tendem a crer que tomar remédio é suficiente para controlar a doença. A adesão ao tratamento é, sim, fundamental, mas outros dois fatores são essenciais para a qualidade de vida do paciente com diabetes: a prática regular de exercícios físicos e a dieta balanceada - rica em vegetais, alimentos integrais e fibras, carnes magras, leite e queijos com baixo teor de gordura, além de pouco sal. Isso porque o sobrepeso ou a obesidade e o sedentarismo estão entre os principais fatores que levam ao diabetes tipo 2 e dificultam o seu controle. A idade superior a 45 anos e o histórico familiar são outras condições que favorecem o desenvolvimento da doença. O diabetes tipo 2 é o de maior prevalência, chegando a 95% dos casos e atingindo atualmente cerca de 14 milhões de brasileiros.
"A dieta é fundamental para manter os níveis glicêmicos adequados e prevenir as complicações da doença, como problemas cardiovasculares e lesões nos rins e nos olhos", alerta o Dr. Antônio Roberto Chacra, endocrinologista e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes. O excesso de glicose no sangue pode causar lesões nas artérias, por isso é importante adotar uma alimentação que melhore o controle glicêmico. Alimentos como aveia, gengibre, linhaça e chia, maçã, frutas vermelhas, nozes e castanhas, quinoa, peixes e soja cumprem bem esse papel, por serem ricos em fibras, antioxidantes ou fonte de gorduras boas com baixo índice glicêmico e excelentes fontes de ômega-3. É importante também que o diabético evite a ingestão de álcool. Por ser um carboidrato de absorção imediata, transformando-se rapidamente em glicose, o álcool também consome vitaminas na metabolização, que já são deficientes nas pessoas com a doença.
Para que o paciente adote uma dieta equilibrada, é preciso que o médico ou o nutricionista avalie suas necessidades nutricionais de forma individualizada. A dieta pode, inclusive, ser acompanhada de reposição de vitaminas, já que alguns medicamentos comumente usados no tratamento do diabetes podem causar carência de vitamina B12. O diabético deve ficar atento também aos alimentos diet. Ao contrário do que se imagina, nem todos eles são isentos de açúcar. Os produtos dietéticos são aqueles destituídos de um dos nutrientes básicos (carboidrato, gordura ou proteína) e destinados aos indivíduos que necessitam de dietas específicas. Assim, muitos produtos dietéticos podem não conter glicose, mas tem em sua composição amido (que pode ser convertido em glicose), frutose, além de gordura e sódio. Já os light são aqueles que apresentam uma redução de no mínimo 25% de um determina do nutriente - açúcar, gordura total ou saturada, sódio ou valor energético - em relação ao produto convencional da mesma marca. "Pacientes com diabetes devem verificar a composição dos alimentos nos rótulos e consumir com moderação alimentos light e diet, explica o Dr. Chacra.
Exercite-se para viver melhor
A prática regular de atividade física traz inúmeros benefícios ao corpo: melhora o condicionamento cardiorrespiratório e físico e auxilia no controle da pressão arterial, dos níveis de gordura no sangue e da glicose. A atividade física regular e saudável faz com que o açúcar do sangue diminua, já que melhora seu aproveitamento pelos músculos.
É importante que o paciente pratique exercícios sempre com a orientação de um profissional e respeite seus limites, moderando a intensidade e a duração da atividade de acordo com o tratamento individual. Uma avaliação médica e a automonitorização glicêmica - medida da glicose na ponta do dedo - devem ser feitas ante s para garantir o equilibro glicêmico durante e após o esporte, evitando assim a hipoglicemia (quando o nível de glicose no sangue fica muito abaixo das necessidades do organismo, geralmente inferior a 60 mg/dl).
Normalmente, a hipoglicemia é ocasionada pela omissão ou atraso de refeições, por exercícios físicos excessivos ou por doses elevadas de insulina e/ou alguns medicamentos para diabetes. Os principais sintomas são visão turva ou dupla, confusão mental, cefaléia, sonolência, fraqueza, tontura, desmaio, batimento cardíaco acelerado e transpiração. "Se o paciente sentir qualquer desses sintomas durante a atividade física ou ao longo do tratamento, é imprescindível que ele relate ao médico para que ele adapte o ritmo do exercício e o tratamento às necessidades do paciente", finaliza o Dr. Chacra.
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