A perda da vegetação florestal e a conversão do terreno a outros usos podem repercutir negativamente nas reservas de água doce, colocar em perigo a sobrevivência de milhões de pessoas e prejudicar o meio ambiente, adverte a FAO.
Numa época em que a escassez de água em muitas regiões representa uma ameaça para a segurança alimentar e para o sustento e saúde dos seres humanos, a situação das bacias hidrográficas melhoraria se as montanhas fossem administradas sob uma ótica hidrológica e sócio-econômica, defendeu a FAO.
O documento solicita políticas e programas de ação para a ordenação eficaz das bacias hidrográficas e de outras atividades-chave relacionadas com as florestas. Ações para otimizar a economia dos recursos hídricos e ao mesmo tempo prevenir ou mitigar as catástrofes deveriam incluir, por exemplo:
• Conservação em boas condições da cobertura florestal nas bacias hidrográficas montanhosas sujeitas a chuvas torrenciais;
• Elaboração de programas que combinem a proteção florestal com o zoneamento, ordenação das zonas inundáveis e obras de engenharia para proteger as pessoas dos deslizamentos de terras, dos desmoronamentos de pedras e das inundações;
• Sistemas agro-florestais para as bacias hidrográficas das terras altas para aproveitar os benefícios hidrológicos das matas, potencializando ao mesmo tempo a alimentação e a proteção dos recursos naturais para os pobres rurais;
• Incentivos para todos que se dediquem à melhoria dos bosques e de outra utilização do terreno que limite perdas dos cursos d'água.
Mais de 3 bilhões de pessoas não têm acesso a água potável sendo o problema particularmente agudo em países em desenvolvimento. Dos mais de 3 milhões de mortes anuais atribuídas à água contaminada e à escassa higiene, mais de 2 milhões correspondem a crianças em países em desenvolvimento. Além disso, todo ano os deslizamentos de terra por causa de chuvas, as inundações e as torrentes produzem grandes perdas de vida e de produtividade econômica, tanto nos países desenvolvidos como naqueles em desenvolvimento.
O documento da FAO sobre florestas e recursos hídricos, destaca a necessidade de incentivar a sensibilização nacional e as políticas ambientais como ajuda na ordenação sustentável dos bosques de montanha e das terras altas. As bacias hidrográficas das florestas de montanha são os receptáculos mais importantes em relação à água doce no mundo, mas também são as áreas mais propensas a sofrer desmoronamentos de terra, aluviões e inundações.
Na discussão relativa à importância dos programas nacionais sobre florestas, cabe salientar que o Brasil é um dos países que mais avançaram na formulação e implementação de políticas voltadas à conservação e ao uso sustentável de suas florestas. A par dos programas de monitoramento por satélite, prevenção de fogo e outros executados pelo IBAMA, o nosso país possui uma estrita legislação para evitar o desmatamento e promover o manejo sustentável de florestas.
O Brasil adotou, em Abril de 2000, o Programa Nacional de Florestas. Esse Programa, que abrange ações em diferentes áreas para a conservação e uso sustentável dos recursos florestais, está em consonância com as propostas de ação adotadas no ano de 2000 pelo Foro Intergovernamental de Florestas (IFF) das Nações Unidas.
É importante ainda frisar que as discussões sobre florestas no âmbito da FAO também enfocam a relação entre florestas, combate à fome e promoção da segurança alimentar, atualmente temas prioritários para o Governo brasileiro. O COFO reúne a cada dois anos especialistas em temas florestais com o objetivo de discutir políticas e questões técnicas, propor soluções e subsidiar os Governos, a própria FAO e outros organismos internacionais, na implementação de ações nas áreas de florestas.
O Brasil desempenha um papel de grande relevo nas discussões internacionais sobre florestas por ser o detentor da maior área de florestas tropicais do mundo, bem como por dispor de políticas e instituições dedicadas ao tratamento do tema florestal em suas múltiplas dimensões.
Com informações do AmbienteBrasil.
foi muito bom ler essa historia.
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