A massagem de bebês é uma prática muito antiga. Difundiu-se no Oriente e, nos últimos anos, vem sendo divulgada no Ocidente graças a seus efeitos terapêuticos.
A psicóloga Cynthia Boscovich, que atua na área de tratamento e orientação de grávidas, mães e bebês, utiliza a massagem como instrumento facilitador na relação com o bebê. Ela nos esclarece que são muitos os benefícios que podem ser obtidos por meio da massagem, como por exemplo, melhora do sono, alívio de cólicas, redução do estresse, aumento do desenvolvimento psicomotor e do peso, entre outros. Entretanto, não é só o bebê quem usufrui desses benefícios, mas também quem realiza a massagem poderá contar com eles. Contudo, é preciso tomar alguns cuidados. “O mais importante, na massagem, é que ela possa partir das necessidades e preferências do bebê; caso contrário, talvez deixe de ser boa e torne-se invasiva para ele”, alerta a psicóloga.
Ela ressalta ainda que a massagem pode revelar-se uma grande aliada para as mães que têm dificuldades em se relacionar com os bebês. Isso porque, se a mãe de fato se empenhar nessa tarefa, pode conseguir, por meio das inúmeras sensações proporcionadas pela massagem, um grande envolvimento com o nenê e, assim, identificar aquilo de que ele realmente necessita.
Mas como isso é possível?
Segundo a psicóloga, se a mãe – ou quem a substitua – fizer a massagem e estiver envolvida com o bebê, poderá estabelecer uma comunicação sensorial, não verbal, muito importante para o vínculo com ele. “Isso se dá pelo fato de todos os órgãos dos sentidos estarem incluídos nessa vivência. Assim, é possível que quem faz a massagem consiga perceber claramente os sinais dados pelo bebê que indicam satisfação, incômodo, desconforto, entre outros que talvez apareçam. Além disso, a massagem pode ser um momento de grande envolvimento e integração para quem a faz e quem a recebe”, observa Cynthia.
Segundo ela, para que a massagem se torne algo bom para o bebê e para que ele desfrute de todos os benefícios que ela pode proporcionar, é necessária uma adaptação: os movimentos devem ser introduzidos gradativamente, respeitando o ritmo e tempo do bebê, assim como todas as suas características individuais. “Isso é fundamental para que se encontre, partindo do próprio bebê, a melhor maneira de realizar a massagem. E, com isso, a mãe vai conhecendo-o e reforçado o vínculo com ele. A mãe que conhece seu filho consegue atendê-lo com muito mais serenidade e, sem dúvida, esse sentimento proporciona segurança e tranquilidade a ele – elementos fundamentais para sua saúde emocional”, destaca a psicóloga.
E acrescenta: “A massagem pode ser incorporada ao rol de cuidados que a mãe proporciona ao bebê, como por exemplo: dar banho, amamentar, alimentar, estimular e embalar. O bebê necessita de rotina para se sentir seguro e, se a massagem for naturalmente integrada a ela, seus benefícios serão muito mais aproveitados. Entretanto, preciso alertar para o fato de que a massagem não pode ser imposta. A mãe que quiser impor essa prática, sem considerar o bebê, deve estar ciente de que pode até causar problemas psíquicos a ele”.
“Toda mãe é capaz de conhecer o filho massageando-o, e certamente não será só eles que sairá ganhando com isso. Elas poderão, com essa experiência, tornar-se mais seguras e confiantes no tocante à sua condição materna. E, como consequência disso, o vínculo entre ambos será fortalecido pelo contato físico e emocional proporcionado por essa prática”, finaliza Cynthia Boscovich.
Fonte: Cynthia Boscovich - Psicóloga
Obrigado! Seu comentário foi enviado
Oops! Algo de errado aconteceu ao enviar seu comentário :(