Ser mãe é uma conquista para qualquer espécie. O nascimento de um filho significa a continuação da linhagem genética da família e as fêmeas fazem de tudo para garantir a sobrevivência da prole: arranjam comida, lutam contra predadores, cuidam de filhotes de outras mães e, em casos extremos, dão a própria vida para assegurar o futuro da próxima geração. Então, quem seria a melhor mãe do mundo animal?
As emas só querem saber da parte menos trabalhosa. Várias fêmeas se reproduzem com o mesmo macho, colocam os ovos em um ninho e deixam a ninhada de até 40 filhotes aos cuidados de um pai solteiro. Elas saem para nunca mais voltar.
Já as fêmeas do jacaré-do-pantanal são superprotetoras. Colocam seus ovos em uma toca e ficam de guarda, dia após dia, pelos próximos três meses. No início da estação seca os filhotes começam uma tarefa árdua: quebrar a casca do ovo. É um trabalho extremamente difícil, e quando os pequenos conseguem sair já estão exaustos. Expostos e sozinhos, eles parecem presas fáceis para qualquer predador. Mas a mãe está sempre por perto. Ela se dirige para a toca e coloca na boca o primeiro filhote. Depois o carrega até a poça mais próxima. E repete esse ritual até que todos os jacarezinhos estejam em segurança na água.
No entanto, a jornada está apenas no começo: a estação da seca avança no Pantanal e a poça em que os jacarés se encontram pode minguar por completo. Filhotes de ninhadas diferentes são reunidos e ficam sob o cuidado de uma única fêmea. Essa mãe sabe o que fazer: é hora de procurar um lago maior.
Durante a caminhada os bebês chamam o tempo todo. Ela então para até estar certa de que todos conseguiram se reagrupar e só depois segue em direção à água. Sem a dedicação dessa fêmea, a maioria dos filhotes não iria sobreviver. O mais impressionante é que a maioria deles pertence a outras mães.
Nem todas as fêmeas podem oferecer essa dedicação integral à prole. Para o polvo-gigante-do-pacífico, o dia do nascimento de seus filhotes é também o dia de sua morte. A mãe-polvo coloca 100 mil ovos em uma toca e os defende a qualquer custo. Ela os acaricia com seus tentáculos e, dessa forma, assegura que algas não cresçam neles e que a água circule, garantindo oxigênio suficiente para o desenvolvimento dos embriões.
Durante seis meses ela não sairá de dentro da toca, nem para se alimentar. Quando os ovos começam a eclodir a mãe está prestes a morrer. E, em seu último suspiro, lança água nos recém nascidos pela última vez, mostrando o caminho que eles devem seguir. Essa é a única vez em que ela se reproduz, mas a sua morte garante a continuidade da espécie.
No entanto, nenhuma mãe passa por condições tão extremas quanto a aranha Stegodyphus lineatus. Duas semanas após o acasalamento a fêmea produz um saco carregado de ovos (de 10 a 100 dependendo do peso da aranha). Depois de 30 dias de desenvolvimento, ela abre o saco e libera a prole. Nas primeiras duas semanas os filhotes recebem um fluido, regurgitado pela mãe, como alimento.
Então, algo extraordinário acontece: a aranha sacrifica a própria vida para dar a melhor chance para seus filhotes. Ela permite que as pequenas aranhas injetem enzimas digestivas em seu corpo. A carne começa a ser dissolvida e a mãe começa a ser devorada enquanto está viva. Ao final, os filhotes deixam apenas a casca, mas estão melhores preparados para enfrentar as condições adversas da vida.
Seja cuidando da prole, fornecendo alimento, ou enfrentando condições extremas, todas as mães são importantes para seus filhos. Afinal, não estaríamos aqui se não fosse por elas.
FONTE: National Geographic
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