O que pessoas como Comandante Rolim Amaro, Irmã Dulce, Betinho ou Jesus Cristo têm em comum?Capacidade de realização? Formação acadêmica? Visão e foco? Porque esses líderes de diferentes setores, promovedores de ações e mobilizações diferentes fizeram história?
O segredo é uma técnica simples, até óbvia, mas que pode ajudar muito na sua carreira e vida.
Revelo o segredo: eles lideravam pelo exemplo.
Muitos presenciaram o falecido Comandante Rolim recebendo passageiros, ao lado do famoso tapete vermelho, ou servindo clientes junto com as comissárias de um vôo. Irmã Dulce não hesitava em ajudar um doente e, muitas vezes, foi pessoalmente pedir doações para ajudar na construção de suas obras. Pense em Betinho: que, pessoalmente, foi buscar quilos e mais quilos de alimentos na casa de doadores. E acima de tudo, Cristo que em lição de humildade e amor ao próximo, lavou os pés de seus apóstolos.
Baseando nessas pessoas e ações, melhore a sua performance como líder. Fique atento as dicas de como conquistar o comprometimento e o respeito de seus colaboradores.
Mais ação, menos palavras. A frase "faça o que digo, não faça o que faço", não é adequada para o meio empresarial. Um dos maiores fatores de desmotivação da equipe é justamente uma liderança que prega, mas não faz. Destaca a importância da qualidade, pontualidade, foco no resultado, mas não aplica tais fatores, somente os cobra dos outros.
Na década de 90, a cada dez programas de Qualidade Total iniciado nas empresas, seis deles não apresentaram os resultados esperados ou, simplesmente, não deram certo. O principal motivo é a falta de comprometimento da alta administração. Preocupados com o discurso, com melhorias em curto prazo, somente a base da imposição de metas e pressão por resultados, esses pseudolíderes, com orgulho, mostram aos visitantes o belo quadro com a política da qualidade estampada na recepção da empresa. Mas, o fracasso é inevitável se a política sustenta-se somente com uma aparência superficial e palavras bonitas.
Mudanças só são efetivas quando as lideranças dão o exemplo. A palavra "mudança" é o maior chavão do momento. É claro que precisamos mudar nossas atitudes frente aos novos tempos, mas para isso o líder não deve esquecer que sua equipe é o reflexo do seu comportamento e de suas ações. É simples assim: líderes acessíveis recebem mais idéias e sugestões de seus subordinados, criam um ambiente agradável, enfrentam desafios e não deixam os conflitos ficarem a mercê do sabor dos ventos. Líderes mal humorados e cheios de razão, por sua vez, afastam as boas idéias, criam inconscientemente boicotadores, ávidos por tropeços do chefe para depois dizer na Rádio Peão: - Eu sabia que ia dar errado!
Portanto, a mudança para ser efetiva deve começar pela liderança. Mostre que é possível, que todos podem fazer, que é viável. Dar o exemplo não é sinônimo de fraqueza, além do que é no campo de batalha que se conhece verdadeiramente o inimigo, seus pontos fortes e fracos, onde e com quem fazer alianças. A sua equipe só muda quando todos estiverem plenamente convencidos de que a liderança também mudou.
Paixão em Servir. Quanto mais alto você está na hierarquia, maior deve ser a preocupação em servir os colaboradores da empresa. Ter humildade e estar sempre com as portas abertas são características que fazem parte da biografia de grandes líderes. Disposição em ouvir, interesse genuíno nos problemas dos outros, geram confiança na equipe, fazendo com que todos percebam que fazem parte de uma comunidade, a qual realmente se importa com você. O líder deve somar, integrar e sempre desenvolver as pessoas que estão a sua volta.
Descentralize, acompanhe e celebre. Delegar não significa gerar anarquia, nem somente verificar os resultados no fim do processo, quando já pode ser tarde. Tem chefe que pensa que somente ele, pode fazer bem-feito, que distribuir funções é correr um risco desnecessário, podendo perder seu poder ou até sua posição. Um dos maiores problemas das lideranças de hoje é não saber delegar, aqueles que detêm o "poder", em sua grande maioria, são extremamente centralizadores.
É preciso entender que delegar é confiar ao outro uma determinada tarefa, mas antes é preciso saber se a pessoa tem a competência necessária para realizar tal função. Todos precisamos de um tempo para adaptação, para aprimorar a nova atividade. O líder deve acompanhar as atividades descentralizadas, sugerindo, orientando, elogiando e corrigindo quando necessário. Seja couch, aprimorando a sua capacidade de desenvolver pessoas. O couch, atualmente, é valorizadíssimo nas empresas. Então, sempre que os resultados forem atingidos, celebre! Comemore! Nós, seres humanos, gostamos de rituais, nem que seja um simples happy hour, faça-o e valorize a vitória. Além dessa importante valorização, lembre-se que momentos de celebração melhoram a comunicação e estreita os laços de relacionamento entre a equipe e aumentam a auto-estima de todos.
Inspiração e credibilidade. O líder genuíno é aquele que inspira, dá liberdade de criação para a equipe. Sabe que o erro é uma etapa para o sucesso. Conhece a fundo a empresa, seus produtos, processos e redes de relacionamento, orienta e conduz com energia a equipe em momentos de crise, sabe diferenciar os envolvidos dos comprometidos, procura descobrir o que motiva cada colaborador de sua equipe de trabalho e sabe que os melhores resultados só virão se o colaborador estiver de corpo, mente e alma na empresa. Além disso, tem consciência que credibilidade é algo a ser conquistado pelo respeito, pelos pequenos atos que fazem a diferença.
Então, aposte em novas idéias, crie um ambiente onde as pessoas sonham em trabalhar, transforme pessoas comuns em grandes talentos, descobrindo o que cada um faz de melhor.
E lembre-se que liderar pelo exemplo exige disciplina. Você deve estar atento à ética e a cidadania, pois quem lidera sempre influencia a carreira de seus colaboradores. Crie uma influência positiva, seja o exemplo para uma nova geração que tem desafios ainda maiores do que os atuais, pois terão de lidar com novas questões, como a ecologia e responsabilidade social. Agora é hora de preparar profissionais para um país melhor. Esse deve ser o legado de qualquer líder e, porque não, um dos maiores desafios corporativos deste início de século.
Paulo Araújo é escritor e conferencista
E-mail: [email protected]
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