Uma pesquisa realizada pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de Harvard e publicada pela revista inglesa The New England Journal of Medicine concluiu que diferentes tipos de dietas geram, em longo prazo, a mesma perda de peso. O estudo analisou 811 pessoas com IMC (Índice de Massa Corporal) entre 25 a 40 (normal a sobrepeso), durante dois anos. Os pacientes foram submetidos a três tipos de dietas diferentes: a que restringe a gordura, a que reduz carboidratos e a que retira a carne vermelha da alimentação.
O resultado mostrou que não há diferença significativa na perda de peso entre elas. “Todas as dietas com redução de calorias resultam em perda de peso, independentemente do macronutriente retirado da alimentação”, explica o Dr. Marcello Bronstein, especialista em endocrinologia da Faculdade de Medicina da USP, em evento promovido pela Associação Brasileira das Indústrias de Massas Alimentícias (Abima). Portanto, apontar o carboidrato ou qualquer outro tipo de nutriente como o vilão responsável pela obesidade é um erro. Para o médico, as dietas que propõem eliminar qualquer nutriente da alimentação são “modismos, sem o menor fundamento científico, que acabam nos levando a uma concepção totalmente errônea”.
E este é somente um dos estudos que comprovam que a dieta ideal é composta pelo equilíbrio entre os diversos nutrientes. A tese também é defendida no Consenso Científico para Saudabilidade da Massa, corroborado por 15 cientistas de 13 países. A Dra. Vanderli Marchiori, uma das pesquisadoras que assinou o documento, diz que as causas da obesidade são multifatoriais. “O sedentarismo, o estresse, o consumo excessivo de álcool, o tabaco, a poluição e o sono são apenas alguns dos fatores que podem provocar obesidade”, afirma.
Segundo o Dr. Mauro Fisberg, especialista em nutrição da Unifesp, a “vilanização” de alimentos tem prejudicado a saúde da população em geral. “Nos últimos vinte anos, muitos alimentos importantes foram vilanizados. Se retirarmos tudo o que as dietas pregam, seremos obrigados a viver de fotossíntese”, brinca. De acordo com os especialistas, o importante é atentar para a quantidade, uma vez que qualquer tipo de macronutriente ingerido em excesso pode engordar. “A massa, por exemplo, pode ser um alimento fantástico se consumida na quantidade correta”, diz Bronstein. A dica, portanto, é emagrecer mantendo uma alimentação equilibrada aliada a atividades físicas e cuidados médicos.
Fonte: Dr. Mauro Fisberg, especialista em nutrição da Unifesp.
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