ALIMENTAÇÃO: Concentrando energia vital: a magia das sementes

Este artigo dá início a uma série, dedicada a estudar um por um os componentes orgânicos dos vegetais, fontes variadas e riquíssimas que constituem a base alimentar dos vegetarianos e, acreditamos, de um grupo crescente de pessoas que busca a otimização da saúde e a longevidade, através da nutrição. Queremos apresentar aqui o potencial energético - bioquímico e vibracional -, associando a função de cada parte no organismo vegetal como um todo ao benefício que representa para nós, ao ser transformada em alimento.
O primeiro artigo, como não poderia deixar de ser, trata das sementes, guardiãs de toda vida, concentrando em seu corpo, muitas vezes minúsculo, a capacidade de dar origem a um ser complexo e completo, reproduzindo infinitamente ao longo do tempo o código genético de seus ancestrais.
Renovando o ciclo da vida
As sementes são o ponto final e inicial do ciclo vital de qualquer planta, um sofisticado mecanismo de renovação capaz de gerar um novo espécime. Para preservar seu imenso valor na cadeia vital são bem guardadas, caprichosamente acondicionadas dentro das frutas. Por serem capazes de gerar a vida, seu potencial energético nutricional e vibracional é muito alto: em geral, além de ricas em nutrientes como vitaminas e minerais, 100 gramas de sementes fornecem uma média de 650 calorias. As sementes em geral são ricas em gordura não saturada, o tipo bom de gordura, e podem ser consumidas com segurança. Se você tem tendência a engordar, não deixe de comê-las, por serem essenciais numa alimentação energeticamente balanceada, mas preste atenção à quantidade, calculando sempre as calorias e o teor de gordura.
Tamanho não é documento
Mesmo sendo tão pequenas, o conteúdo nutricional das sementes não as envergonha: 100 gramas de sementes contém de 25 a 30 gramas de proteína. O gergelim e a semente de girassol são, além disso, excelentes fontes de cálcio; a menorzinha de todas, a nossa já conhecida linhaça, tem um conteúdo altíssimo de ômega 3, um ácido graxo essencial que tem o poder de estimular o sistema imunológico e promover a longevidade, além de suas qualidades como reguladora do intestino, graças a seu altíssimo teor de fibras.
Nozes e castanhas: fruta e semente no mesmo alimento
Quando a semente preenche quase todo o espaço interno da fruta, muitas vezes eliminando a polpa, temos as nozes e as castanhas. Entre os variados tipos de nozes e castanhas, a noz da nogueira é a mais rica em vitamina E: 2,9 mg por 100 gramas; o pistache tem o maior conteúdo protéico: 19,3 gramas de proteína por 100 gramas.
A riqueza nutricional das castanhas nos faz orgulhosos do país em que vivemos: a rainha de todas elas em conteúdo nutricional, a castanha do Pará, riquíssima em selênio, é conhecida internacionalmente por Brazilnuts.
O amendoim, ao contrário do que sugerem sua aparência e sabor, não é noz nem semente, mas um tipo de feijão. Seu consumo deve ser evitado, já que amendoins contaminados são mais comuns do que deseja nossa segurança nutricional.
Cacau: o alimento dos deuses
Antes de ser adulterado com o açúcar pelos europeus, dando origem ao chocolate, o cacau, semente do cacaueiro, era considerado pelos Maias e Astecas como o alimento dos deuses, equivalente ao néctar dos mitos gregos. Os Astecas acreditavam que as sementes de cacau vinham dos céus, doadas à humanidade por Quetzalcoatl, deus da sabedoria e do conhecimento; consideravam estas sementes escuras tão preciosas que as usavam como moeda. Considerado afrodisíaco, o cacau foi apresentado por Cortez a Carlos I, rei da Espanha, como uma bebida que combate à fadiga e aumenta a resistência. O cacau tem mais de 300 componentes químicos e seu potencial energético ainda não foi completamente analisado pela ciência. Sabe-se, no entanto, que alguns de seus componentes combinados proporcionam ao cérebro uma duradoura sensação de bem-estar.
O cacau em pó puro, sem açúcar, e com baixo teor de gordura, pode e deve ser usado em nossa dieta evolutiva, mais uma vez em quantidades moderadas devido a seu alto teor calórico. E é essa delícia consagrada pelos deuses o ingrediente básico de nossa receita de hoje, um nutriente perfeito para o corpo e para o espírito!
Mousse de chocolate com laranja
Ingredientes: uma laranja descascada, sem sementes e com a pele cortada em cubos, uma xícara de grãos de soja cozidos em água*, 1/2 xícara de cacau em pó desengordurado e sem açúcar.
Modo de Fazer: bater a laranja com a pele no liquidificador até obter um creme claro. Reservar três colheres de sopa deste creme. Ao creme restante juntar a soja e o cacau, batendo bem. Distribuir a mousse em 3 taças e enfeitar cada uma com uma colher do creme de laranja, misturando levemente com a ponta da faca formando uma espiral. Levar à geladeira por no mínimo 3 horas antes de servir.
* deixar a soja de molho durante a noite. Jogar fora a água do molho e cozinhar em bastante água por meia hora.
Cada porção contém: 128 calorias; 27,1% de gordura; 49,3% de carboidratos; 23,6% de proteína

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