Sexo oral é agora o principal fator de risco para câncer de garganta!
As pessoas perguntam:
O que pode provocar câncer de garganta?
Como se pega HPV na garganta?
Os cânceres na região do pescoço e da cabeça estão tradicionalmente associados ao tabagismo e ao consumo de álcool. Mas o número de pacientes que chegam aos consultórios com câncer ocasionado por outro motivo está aumentando, alertam médicos.
Hoje, entende-se que o HPV, que pode ser contraído por meio do sexo oral e outras práticas, é um dos maiores fatores de risco para o câncer de orofaringe, ou câncer na garganta.
Em países mais ricos, como os Estados Unidos, estima-se que 70% dos casos de câncer de orofaringe estejam relacionados ao HPV. No Brasil, segundo dados da Fundação São Francisco Xavier, cerca de 38% dos casos de câncer de orofaringe ocorrem devido à infecção pelo HPV.
A vacinação contra o HPV é a forma mais eficaz de se prevenir contra a doença. Além disso, é importante destacar que o uso de preservativo nas relações sexuais reduz o risco de contágio, mas não o elimina. Qualquer alteração na região da garganta, como dor de garganta persistente, deve ser investigada por um médico para prevenir o câncer de orofaringe.
A melhor forma de prevenção é a vacinação. A vacina quadrivalente (contra o HPV 6, 11, 16 e 18) é recomendada para meninos e meninas com 11 anos. A vacinação é segura e eficaz. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, ela reduz a incidência de lesões cervical e de alto risco de câncer de colo do útero em até 92%, além de reduzir em 86% o risco de lesões que podem evoluir para cânceres na região da cabeça e do pescoço.
A vacina é aplicada em três doses, sendo as duas primeiras em um intervalo de duas a quatro meses e a terceira, seis meses após a segunda. É recomendado para homens e mulheres de 9 a 45 anos de idade. Além do HPV, existem outros fatores que podem contribuir para o câncer de orofaringe, como infecções crônicas na região, uso frequente de produtos cancerígenos (como fumos, gases e partículas) e exposição ao sol.
O HPV é um vírus de transmissão sexual que pode ser contraído por meio do sexo oral, vaginal ou anal. Por isso, o uso de preservativo nas relações sexuais é recomendado para reduzir o risco de contágio. É importante destacar que, mesmo com o uso do preservativo, o risco de contaminação não é zero, pois o vírus pode estar presente em outras partes do corpo, como os lábios.
Um artigo publicado nesta semana pelo pesquisador Hisham Mehanna, da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, rodou o mundo, com o título “Sexo oral agora é o principal fator de risco para o câncer de garganta” (na íntegra, em inglês). O aumento do câncer de garganta no Ocidente, diz ele, é tão significativo nas últimas duas décadas que alguns pesquisadores o consideram uma epidemia.
“O cânceres na região da cabeça e do pescoço sempre foram causados pelo tabagismo e pelo álcool. Mas, na década de 2000, com as campanhas antitabagismo e antialcoolismo, houve redução do vício, o que fez com que a incidência desses cânceres diminuísse. Mas não houve redução do câncer de orofaringe. Aí, começou-se a buscar outras causas para ele e uma delas é o HPV”, explica o cirurgião de cabeça e pescoço da Fundação São Francisco Xavier, braço social da Usiminas, Clineu Gaspar.
O câncer de orofaringe atinge o “fundo da garganta”, logo atrás da cavidade da boca. Ele pode matar e, dependendo da região em que for detectado, prejudicar a voz do paciente, por exemplo. Gaspar explica o mecanismo que vai do HPV ao câncer: “O HPV leva a uma mutação genética nas células daquela região e elas se reproduzem de forma desordenada”.
O diagnóstico precoce é fundamental para se tratar a doença. Se não for detectada e tratada a tempo, a doença pode evoluir para estágios mais avançados e ter diferentes consequências. Por isso, é importante que qualquer alteração na região da garganta, como dor de garganta persistente, seja investigada.
Tags: HPV, câncer de garganta, sexo oral, tabagismo, álcool, risco, doença.
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