A análise das estrelas e constelações adiciona elementos únicos à interpretação astrológica, aumentando ainda mais a precisão das previsões
Na história da Astrologia, o estudo das Estrelas Fixas é tão antigo e importante quanto o conceito de signos zodiacais e a identificação dos movimentos dos planetas. Entretanto, sua utilização na análise de Mapas Astrais foi gradualmente suprimida. Hoje, são poucos os astrólogos que incluem as Estrelas Fixas em seus cálculos. Porém, elas são fundamentais: sua manifestação simbólica na vida das pessoas se dá de maneira quase literal!
Parte desse processo de simplificação pelo qual as práticas astrológicas passaram ao longo do tempo - e que fez com que muitos astrólogos passassem a negligenciar as Estrelas Fixas - se dá por novos desafios que surgiram para o cálculo astrológico com o passar do tempo. Por conta do fenômeno astronômico conhecido como Precessão Axial ou Precessão dos Equinócios, que faz com que haja um deslocamento das estrelas nos graus dos signos do zodíaco, hoje temos uma significativa diferença entre o lugar ocupado no céu por signos e constelações do mesmo nome. Tomemos como exemplo Regulus, a estrela Alfa da Constelação de Leão: ela marca o coração do felino que deu nome ao signo de Leão, mas atualmente, no zodíaco, ocupa os primeiros graus do signo de Virgem.
A constelação que ilustra o caçador Orion tem diversas estrelas notáveis. Entre elas, as que compõem o seu cinturão: Alnitak, Alnilam e Mintaka, que também são conhecidas como as "Três Marias"
Mas isso não invalidou e tampouco minimizou a influência astrológica das Estrelas Fixas. Ao contrário, fez com que passássemos a ignorar aspectos da nossa conexão com o cosmos e, consequentemente, da nossa psique que são fundamentais para a consciência humana. A análise das Estrelas Fixas não está limitada às constelações que acompanham a eclíptica, chamadas de zodiacais, contemplando também o simbolismo de figuras míticas que cobrem toda a abóbada celeste. Na Grécia Antiga, por exemplo, foram descritas centenas de estrelas de outras 36 constelações para além daquelas cujos nomes acabaram batizando os 12 signos do zodíaco.
A partir daí, cada estrela foi observada em relação ao seu conjunto. Itens como a magnitude (brilho aparente), a percepção da cor e até a posição que ocupam na imagem mitológica que descrevem foram interpretados simbolicamente para aplicação na Astrologia.
Todas essas figuras míticas se complementam em uma grande jornada arquetípica do ser humano em busca de se sua integração com o universo.
E o que a experiência mostra é que, quando uma estrela marca pontos importantes do Mapa Astral, ela tem efeitos muito notáveis, levando seu simbolismo para determinar tópicos como talentos pessoais, carreira, relacionamentos e projetos de vida.
Métodos
Na Astrologia Ocidental, há dois principais métodos para a análise das Estrelas Fixas. O primeiro, chamado de Método Original, reconstrói narrativas míticas a partir da análise de estrelas que nascem, culminam ou se põem no mesmo momento que planetas e ângulos do Mapa Astral. Essa técnica recebe o nome de “paranatellonta” que, em grego, significa “que ocorrem conjuntamente”.
No século IV d.C, escritos deixados por um astrólogo identificado como “Anônimo 379” descreveram essa técnica, popularizada posteriormente como “Método dos Parans”. Com ele, obtém-se a lista de estrelas que formaram parans com planetas e ângulos do mapa ao longo das 24 horas do dia de nascimento da pessoa.
O segundo método para interpretação e análise das Estrelas Fixas foi descrito e documentado pelo famoso astrônomo, astrólogo e matemático Cláudio Ptolomeu, na Grécia Antiga, recebendo o nome de Método Longitudinal ou Método Ptolomaico. Por meio da posição exata e atualizada das centenas de estrelas que compõem as 48 constelações ptolomaicas e da projeção da sua longitude nos graus da eclíptica, podemos localizá-las ao longo de cada um dos 12 signos do zodíaco. Dessa forma, identificam-se as estrelas que influenciam o Mapa Astral de maneira bastante personalizada, pois são consideradas somente aquelas que estão em conjunção exata ou a poucos graus de distância de planetas pessoais, Ascendente, Meio do Céu ou pontos como Nodo Norte e Parte da Fortuna.
Ambos os métodos são válidos e até complementares, porém o Método Original gera um relatório à parte do gráfico do Mapa Astral, tendo também como desvantagens o fato de considerar as mesmas estrelas ascendendo e culminando para todas as pessoas nascidas no mesmo dia e cidade e ainda não poder ser aplicado para previsões em períodos específicos. Assim, ele delimita a influencia das estrelas a grandes fases da vida.
Por sua vez, o Método Longitudinal é inteiramente analisado em conjunto com o Mapa Astral - inclusive, para as previsões periódicas -, já que localiza as estrelas ao longo dos graus dos signos, mesmo que estejam em constelações distantes da faixa do zodíaco, dando espaço também para que a influência astrológica de cada estrela seja avaliada em função de sua declinação e magnitude. Esse é um grande diferencial do método de Ptolomeu. Por meio dele, percebe-se, por exemplo, que uma estrela não fica por mais de 16 minutos em conjunção ao Ascendente ou ao Meio do Céu de um Mapa Astral, evidenciando como cada indivíduo é realmente único em sua conexão com o cosmos.
As 25 estrelas mais brilhantes do céu, começando por Sirius, a Alfa da Constelação do Cão Maior. Assim como os planetas e signos, há centenas de estrelas com relevância astrológica documentada desde a Antiguidade.
Sobre Virginia Gaia
Astróloga, taróloga, psicanalista e terapeuta holística, Virginia Gaia também ministra cursos e palestras para audiências variadas.
E-mail: [email protected]
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