*Sandra Rosenfeld
Já há algum tempo venho escrevendo artigos sobre o tema aposentadoria. Tema que se torna cada vez mais relevante, visto que nosso tempo de vida vem aumentando consideravelmente.
Se, até bem pouco tempo atrás, aposentar-se era sinônimo de fim, hoje, pode ser tranquilamente de recomeço, de um tempo livre para gastar com nós mesmos e fazer tudo aquilo, ou pelo menos quase tudo, que não tínhamos tempo para fazer enquanto trabalhávamos, cuidávamos da família, etc., etc., etc.
Mas a verdade é que não é dessa forma para todos; muitas pessoas, ao aposentarem-se, ficam perdidas, sem saber o que fazer com todo esse tempo livre. O que deveria ser uma dádiva, pode se tornar motivo de ansiedade, tristeza e até culminar em depressão.
Para as mulheres, geralmente, é mais fácil do que para os homens. Somos mais “sociáveis” e, não querendo ser mal-interpretada, até mais independentes nesse contexto, porque sabemos usufruir melhor do nosso tempo livre. Mesmo quando ainda estávamos às voltas com a nossa vida profissional e os afazeres domésticos e familiares, era possível conseguir tempo para ir ao shopping apenas olhar vitrines ou encontrar com as amigas. Já para os homens... Não posso dizer a mesma coisa. No tempo livre, ou saem com a esposa e filhos ou ficam em casa fazendo algo que gostam, mas muito raramente saem sozinhos ou com amigos.
O ideal, para este novo tempo em que, após a aposentadoria, podemos viver mais dez, vinte ou trinta anos, é elaborarmos cuidadosamente um plano para quando nos aposentarmos e, se formos casados, e a maioria é, que esse plano seja feito a quatro mãos, com a atenção, o cuidado e o respeito que o tema e os envolvidos merecem.
Sem essa compreensão das diferenças e cumplicidade nessa nova etapa, a vida do casal pode se tornar um inferno, com brigas que nunca tiveram, além das normais de todo casal.
Nessa hora tão importante é o momento perfeito, a meu ver, para se renovar as alianças e o compromisso que, com certeza, foi feito no casamento tradicional ou em qualquer outra forma de união.
Mas o ideal, para ambos os sexos, casados ou não, é que a preparação aconteça antes da aposentadoria, com tempo suficiente para saber como usufruir dessa nova etapa de vida, criando novos hobbies, incluindo novos hábitos.
Às vezes, faz-se necessária a ajuda de um coach ou algum outro especialista nessa área. Pode acontecer também de o casal necessitar de uma terapia conjunta ou algum tipo de aconselhamento para lidar com essa nova fase.
Aposentadoria pode ser um momento muito especial e feliz para cada um e, especialmente, para o casal. Pois é quando se torna possível realizar os seus desejos pessoais e aproveitar o tempo livre também a dois, fazendo inclusive coisas novas, como aulas de dança, viagens para locais fora dos padrões, entre outras tantas opções que podem dar uma boa apimentada na vida do casal.
Não nos aposentamos porque não servimos mais, aposentamo-nos porque já contribuímos muito e, agora, está na hora de aproveitar de outra forma o tempo que ainda temos a nosso dispor.
Enfim, é preciso ter um novo olhar para esta nova fase da vida!
*Sandra Rosenfel. Escritora e Palestrante. Instrutora de Meditação Executive & Personal Coach. Autora dos livros “Durma Bem e Acorde para a Vida” e "O que é Meditação", ed. Nova Era/Record.
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