Estudos recentes mostram uma forte ligação entre a infecção genital pelo papiloma vírus humano (HPV) e o câncer do colo uterino. O HPV está presente em mais de 99% das células destes tumores. Existem mais de 200 tipos de HPV, sendo que aproximadamente 15 deles são considerados de alto risco e estão relacionados com o câncer do colo uterino. A transmissão do HPV genital ocorre através da relação sexual, ou através do contato direto com a pele contaminada. Por este motivo, o uso de preservativo na relação sexual diminui o risco desta transmissão, consequentemente, reduzindo também a incidência do câncer de colo uterino.
A infecção pelo HPV é muito comum, cerca de 50% a 80% das mulheres sexualmente ativas serão infectadas por um ou mais tipos de HPV em algum momento de suas vidas. Estudos epidemiológicos mostram que apenas uma pequena fração (entre 3% a 10%) das mulheres infectadas com um tipo de HPV de alto risco de câncer desenvolverá câncer do colo uterino. Ainda assim, o câncer do colo uterino é uma doença de alta prevalência no Brasil.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), é o segundo tumor mais frequente na população feminina, atrás apenas do câncer de mama, e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. Por ano, faz 4.800 vítimas fatais e apresenta 18.430 novos casos. Prova de que o país avançou na sua capacidade de realizar diagnóstico precoce é que na década de 1990, 70% dos casos diagnosticados eram da doença invasiva. Ou seja: o estágio mais agressivo da doença. Atualmente 44% dos casos são de lesão precursora do câncer, chamada in situ. Esse tipo de lesão é localizada. Mulheres diagnosticadas precocemente, se tratadas adequadamente, têm praticamente 100% de chance de cura. Para 2012, o Inca estima 17.540 novos casos.
A sua incidência torna-se evidente na faixa etária de 20 a 29 anos e o risco aumenta rapidamente até atingir seu pico, geralmente, na faixa etária de 45 a 49 anos.
Foram desenvolvidas duas vacinas contra os tipos de HPV mais presentes no câncer de colo uterino (HPV-16 e HPV-18). Mas o real impacto da vacinação contra o câncer do colo uterino só poderá ser observado após décadas. Há duas vacinas comercializadas no Brasil, porem não disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Mais importante que a vacinação são os exames anuais de detecção precoce do câncer de colo uterino, Papanicolaou, e o tratamento precoce das lesões com alto risco de malignidade. Estes métodos reduzem significativamente a mortalidade por câncer de colo uterino. Apesar das várias campanhas educativas realizadas no Brasil pelo Inca, grande parte de nossa população ainda está fora do alcance deste exame e muitas vezes o diagnóstico é realizado apenas quando a mulher apresenta sintomas de doença avançada - tais como sangramento vaginal e dor - tornando assim o tratamento menos eficaz.
Sugestões de perguntas:
1 – Quais as formas mais comuns de contaminação pelo vírus HPV?
2 – Qual a incidência de colo de útero nas mulheres que tem ou tiveram o HPV?
3 – Em qual idade a mulher está mais propensa a esse tipo de câncer?
4 – Fale sobre as vacinas contra o vírus e onde ela pode ser encontrada? Ela é gratuita?
5 – Quais os exames que podem detectar o câncer de colo de útero?
6 – Como a mulher pode evitar esse e outros tipos de câncer?
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