Um levantamento da Fundação SOS Mata Atlântica revela que as feiras livres e supermercados paulistanos vendem à vontade muitas espécies de peixes que constam nas listas de espécies em extinção. A pesquisa da ONG foi realizada entre abril e maio em 100 estabelecimentos com a intenção de averiguar quais peixes, crustáceos e moluscos são comercializados para consumo e se o defeso – período do ano em que fica proibida por lei a pesca, a fim de preservar a reprodução de espécies – era respeitado.
A constatação da SOS Mata Atlântica: sardinhas e cações, duas espécies que estão na lista de espécies brasileiras de invertebrados e peixes ameaçadas de extinção do Ministério do Meio Ambiente, são vendidas sem problemas em praticamente todas as barracas das feiras livres paulistanas. E bastante consumidas. Tanto que para atender à demanda, a captura das sardinhas já está levando esta espécie ao colapso.
O cação apresentado em postas generosas nas bancas das feiras e supermercados – não só de São Paulo, mas de várias cidades brasileiras, já que faz parte da nossa culinária – nada mais é do que um tubarão. Os pesquisadores da SOS Mata Atlântica também revelaram que nenhum dos peixeiros soube responder qual a espécie de tubarão era vendido em suas barracas. A ONG informa que das quase 90 espécies de tubarões encontradas na costa litorânea do Brasil, 12 estão na lista de ameaça de extinção do Ministério do Meio Ambiente.
O pior caso é o da tainha. Outra espécie em perigo de desaparecer do planeta, ela foi encontrada facilmente em 35 barracas de peixaria de feiras livres e supermercados em pleno período do defeso.
Outra iguaria bastante consumida pelos paulistanos e, de resto, pelos brasileiros é o salmão, considerado um alimento saboroso e saudável. Acontece que este peixe de águas frias é exportado diretamente de criadouros no Chile para todas as regiões do Brasil.
Por ser criado especificamente para o consumo humano, o salmão não está em vias de extinção. Porém, não é assim tão saudável quanto se pensa: têm pouquíssimo teor de ômega 3 – a gordura recomendada pelos cardiologistas por ajudar a reduzir problemas cardíacos – pelo fato de ser uma espécie confinada.
Além de não trazer benefícios à saúde, o salmão ainda contribui para o agravamento das mudanças climáticas. Toneladas deles chegam aos mercados do Brasil de avião, um dos meios de transporte com maior pegada ecológica.
FONTE: Afonso Capelas Jr. para Sustentável na Prática
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