Por Noga Lubicz*
De todas as pesquisas médicas em busca da longevidade surge uma descoberta definitiva: uma dieta de baixa caloria aumenta a longevidade. Experimentos com ratos conseguiram dobrar sua expectativa de vida ao reduzir o consumo calórico e são muitas as chances de que tal conhecimento, apesar de ainda incipiente, possa ser aplicado ao gênero humano.
Muito já se especulou em torno da relação calorias X perda de peso, desde a antiga máxima "calorias não engordam" até a recente teoria do platô, que defende a idéia de que o baixo consumo de calorias reduz o metabolismo, paralisando o processo de emagrecimento. A falsidade destes dois conceitos acaba de ser comprovada, e no sobe e desce do conhecimento bio-tecnológico, uma nova verdade aparece: comer demais desgasta o organismo, ofende a balança e acelera o envelhecimento.
Metabolismo: o mecanismo da sobrevivência
Nosso corpo é um organismo com grande capacidade de adaptação. Se comermos pouco, o metabolismo que regula a produção e a queima de energia no corpo - torna-se mais lento, para que as reservas energéticas atendam às necessidades. Por outro lado, como a ciência comprovou recentemente, se voltamos a comer mais, o metabolismo se recupera e volta à velocidade anterior, derrubando a falsa idéia do platô.
A restrição calórica, na verdade, parece resultar num metabolismo mais eficiente, que baixa o nível da glicose no sangue. Estudos recentes com ratos e o verme C. Elegans parecem levar a uma conexão entre a restrição alimentar, os mecanismos da insulina e um estado de semi-hibernação que prolonga em até quatro vezes a vida destes animais. Caso seja comprovado que este estado de hibernação pode transformar-se em atividade normal através de uma adaptação genética, estaremos mais próximos do que nunca de descobrir a fonte da juventude!
Um complexo das cavernas
O organismo humano evolui mais lentamente que o avanço tecnológico. Por isso, nosso cérebro tem ainda a mentalidade do homem das cavernas, quando a comida era escassa e a sobrevivência constantemente ameaçada. Nosso organismo ainda funciona em estado de alerta contra a fome, sem dar-se conta de que temos comida mais do que suficiente à nossa disposição, o que nos leva a comer demais... Se no tempo das cavernas as reservas de energia em forma de gordura armazenada no corpo poderiam salvar vidas, hoje em dia se limitam a ser apenas isso: gordura armazenada, sem perspectiva de uso, levando à obesidade e à degeneração precoce do corpo. Já que sabemos desligar a fome (veja o artigo anterior), pra que comer tanto?
Adeus às ilusões
Já sabemos que o alto índice glicêmico estimula um circulo vicioso de fome, provocando o retorno rápido dos quilos perdidos ao fim de uma dieta. E o que aprendemos com isso? Aprendemos a não fazer dieta! Aprendemos a mudar para sempre nossos hábitos alimentares, a basear nossas escolhas no conhecimento e na consciência e a adotar um novo padrão de equilíbrio. Caloria é a medida do potencial gerador de energia dos alimentos. Se a quantidade de calorias que ingerimos gerar sempre energia suficiente, não será necessário armazenar gordura!
Calculando a necessidade calórica com segurança
Para calcular com segurança a quantidade ideal de calorias nos baseamos na fórmula já conhecida: 60% de carboidratos/ 25% de gordura / 15% de proteína, partindo da necessidade básica de proteína. Em geral, um grama de proteína por quilo de peso é mais do que suficiente para uma pessoa com atividade física média. Cada grama de proteína gera quatro calorias. Assim, uma pessoa de 50kg, por exemplo, com 50 gramas de proteína, consome 200 calorias, 15% do consumo diário total, que será de aproximadamente 1300 calorias.
Controlar calorias é sopa!
Nossa receita de hoje traz uma opção de baixíssimas calorias: as sopas! A sopa é um alimento ótimo para um jantar leve e nutritivo, de fácil digestão. Comer demais à noite, quando nosso corpo gasta poucas calorias, é o caminho certo para o excesso de peso e uma noite mal dormida...
Sopa mista de abóbora
Ingredientes: três xícaras de abóbora descascada e picada, três xícaras de abobrinha picada, com casca, 2 litros de água, sal e curry a gosto, sementes de linhaça.
Modo de Fazer: cozinhar os ingredientes na panela até que as abóboras fiquem macias. Bater no liquidificador e levar ao fogo novamente, até levantar fervura. Ao servir, acrescente uma colher de sobremesa de sementes de linhaça a cada porção, que garante o teor de gordura e fibras da receita. Faz três porções.
Cada porção contém: 58 calorias; 20,1% de gordura; 66,4% de carboidratos; 13,4% de proteína
1,2 g de gordura; 9,9 g de carboidratos; 3,2 g de fibras; 2,0 g de proteína; zero mg de colesterol
Creme de tomate
Ingredientes: duas xícaras de nabo descascado e picado, duas xícaras de tomates maduros, com casca, picados, 11/2 litros de água, 30 gramas de tofu picado, sal e páprika a gosto.
Modo de Fazer: cozinhar os ingredientes na panela até que o nabo fique bem macio. Bater no liquidificador e levar ao fogo novamente, até levantar fervura. Servir bem quente. Dá quatro porções.
Cada porção contém: 46 calorias; 13,3% de gordura; 69,9% de carboidratos; 16,8% de proteína
0,8 g de gordura; 7,9 g de carboidratos; 2,1 g de fibras; 1,9 g de proteína; zero mg de colesterol
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