*Silvana Martani
Claro! Responderiam todos em coro, mas na realidade são pouquíssimas as pessoas que exercem sua educação, aquela que recebeu desde o berço.
Os pais, com certeza, se esforçam muito para que seus filhos se formem pessoas respeitadoras, que zelem pelos seus limites e o dos outros, que aprendam a preservar a natureza, que sigam as regras do bom convívio social e que se comportem de maneira apropriada.
Quando adultos, as pessoas conquistam o direito de agir e pensar como acham certo e melhor lhes traduz e os mais "autênticos" acabam se permitindo ir muito além do que os outros muitas vezes são capazes de suportar.
A educação se inicia na infância e é um processo que caminha por toda a vida, sem que muitas vezes possamos nos dar conta de que aprendemos muito também na idade adulta. Nossa família com seus hábitos, regras, padrões e conceitos, somado a todo período escolar compõem todas as influências que recebemos para formar nossa maneira de nos relacionarmos com as pessoas e as coisas.
O mundo coorporativo já entendeu que profissionais bem formados que não detém uma educação cuidada representam um problema a médio longo prazo. Estes profissionais criam problemas de relacionamento importantes, são facilmente mal interpretados, se comportam de maneira inadequada e acabam constrangendo seu grupo ou mesmo os colegas.
Os relacionamentos pessoais também sofrem com a falta de educação. Muitos casais se xingam, se batem e se humilham, com a facilidade de quem esta muito acostumado a exercer estes comportamentos, ignorando os desdobramentos que esse tipo de comportamento é capaz de provocar.
O amor e os relacionamentos não são capazes de sobreviver a esse tipo de conduta. Essa "autenticidade" emocional revela falta de controle, angústia, ansiedade e até comprometimento emocional severo. O alcoolismo, as drogas e o stresse são fortes desencadeadores de condutas inadequadas.
Muitas pessoas não percebem os danos que um trabalho muito cansativo aliado a forma como estes indivíduos se relacionam com o mundo provocam sobre sua conduta e sua saúde de uma maneira geral.
A educação salvaguarda os limites de respeito e consideração que devemos ter por nós e pelos outros, norteia a forma como nos relacionamos e nos comportamos, facilita os vínculos e os mantém, nos traduz e nos revela e nos valoriza de uma forma interessante e é capaz de abrir muitas portas.
Pais educados terão filhos educados, mas aqueles que somente ensinam seus filhos a serem educados, mas não são capazes de praticar seus ensinamentos, vêem naufragar todo seu esforço por não endossarem seus ensinamentos.
O mundo e as pessoas já perderam tudo que podiam por não valorizarem a educação de uma maneira correta.
Os governos gastam milhões em educação ambiental e nós arcamos com os prejuízos e o pagamento dessa conta, todo o comércio que não investe no treinamento de seus funcionários para que eles tenham uma abordagem correta para com o cliente já entendeu que perdem na imagem e na clientela, as escolas há anos exigem de seus alunos educação e respeito, pois sabem que ensinar é mais fácil quando o aluno é educado e o sucesso de qualquer profissional passa pela educação.
A educação não passa necessariamente pelo dinheiro, passa pelo bom censo, pelo comprometimento, dedicação e empenho dos pais e quando adultos pela vontade de ser melhor e de ser bem tratado e tratar bem.
O melhor investimento que podemos nos fazer é tentar ser melhor cada dia, mesmo que seja em pequenas ações e a educação é uma dessas ações que fazem toda diferença.
*Silvana Martani é psicóloga da Clínica de Endocrinologia da Beneficência Portuguesa de São Paulo - CRP06/16669.
Organizadora e autora do Livro - Uma Viagem pela Puberdade e Adolescência
PERFIL:
Formação: Instituto Unificado Paulista / Faculdade Objetivo 1978 - 1982.
Atuação: Psicóloga da Clínica de endocrinologia do Hospital Real Beneficência Portuguesa; desde 1984.
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