Mais um guerrilheiro surge para combater a doença da vida moderna. Um não, vários guerrilheiros. Trata-se do poder dos alimentos na luta contra os sintomas da depressão, que atingem cerca de 24 milhões de pessoas na América Latina, segundo dados do Ministério da Saúde.
A depressão é um transtorno mental bastante comum atualmente. Quem sofre da doença, geralmente se sente sem energia, com o humor afetado, sem interesse e sem vontade de fazer tarefas comuns da sua rotina, além dos sintomas físicos como dor de cabeça e dor de estômago. Segundo o médico e ortomolecular Clement Hajian nosso cérebro produz substâncias chamadas de neurotransmissores que controlam inúmeras funções cerebrais. Um destes neurotransmissores, a serotonina, é capaz de dar ao cérebro sensação de bem-estar, regulando nosso humor e também dando sensação de "saciedade".
E nesse caso que a alimentação tem papel importante. Alguns alimentos ajudam o organismo a produzir essas substâncias, aumentando o bom humor e combatendo a depressão. Porém, o médico faz uma ressalva. "Apenas a alimentação não é suficiente para combater um quadro depressivo, sendo necessária uma associação de tratamentos".
Alimentos ricos em magnésio, cálcio, vitamina B6 e ácido fólico melhoram significadamente o humor. Relacionamos abaixo, alguns alimentos que melhoram o humor e são excelentes coadjuvantes para dar uma "forcinha" no combate da doença:
Castanha-do-pará, nozes e amêndoas:
Ricas em selênio e ômega 3, eficazes também como antioxidantes. Elas reduzem o estresse e como consequência melhoram o combate a depressão. São recomendadas a ingestão de duas a três unidades de castanha-do-pará ou cinco unidades de nozes ou 10 a 12 unidades de amêndoas, ou fazer um mix com essas saborosas oleaginosas, mas cuidado com a dose e o tipo de castanhas e nozes, elas devem estar sempre bem frescas, para evitar a contaminação por fungos produtores de aflatoxinas, que desencadeiam alergias...
Iogurte e Queijos:
Auxiliam na eliminação da tensão e sintomas da depressão, além de ser possível reduzir e controlar o nervosismo e a irritação. O iogurte por ser rico em BCAA, ou amino-ácidos ramificados, fortalece a memória e ajuda para o bom-humor, já queijos sabiamente envelhecidos, são ricos em triptofano e fosfato de cálcio e magnésio devidamente balanceados, mantendo o bom funcionamento elétrico cerebral.
Frutas:
Melancia, abacate, mamão, banana, tangerina e limão são conhecidos como agentes do bom humor. Todas estas frutas são ricas em triptofano, aminoácido que ajuda na produção de serotonina. As frutas agem principalmente na fadiga, no estresse e como relaxantes musculares, pela sua composição mineral.
Natural e nutritivo, elas devem ser consumidas diariamente através de três ou cinco porções.
Mel:
Esse alimento estimula a produção de serotonina, neurotransmissor responsável pela sensação de prazer e bem-estar. Para usufruir dos benefícios, duas colheres de sobremesa, ao dia, são suficientes, de preferência misturados na água, agindo mais no mau humor dentro dessa dosagem...
Ovos:
Eles são uma boa fonte de tiamina e a niacina (vitaminas do complexo B), que colaboram com o bom humor. O recomendado é uma unidade por dia, no máximo. Quem tem colesterol alto deve se preocupar com o consumo em excesso, e evitar, principalmente a versão frita. O ovo por ser rico em vitamina E e vitaminas do complexo B, como B6, é precursora de dopamina, já a metionina e a colina, presentes no ovo, ajudam na produção de outros neurotransmissores.
Carnes magras e peixes:
O triptofano e o ômega 3, presentes nestas fontes de proteína, ajuda (não no combate da depressão), mas na melhora do humor, pois aumenta a produção de serotonina, que exerce grande influência no estado de humor, pois é capaz de reduzir a sensação de dor, diminuir o apetite, relaxar, criar a sensação de prazer e bem-estar e até induzir e melhorar o sono. O recomendado é consumir entre uma e duas porções por dia, principalmente de peixes como atum, salmão, ou peixes anchovados que são ricos em fosfato e ômega 3 e tem ação de manter o potencial zeta (potencial elétrico correto), ao nível de sistema nervoso central, tomando precauções para evitar contato com alumínio e com acúmulo de metais tóxicos que podem estar presentes em animais marinhos e podem ser agravantes à depressão.
Carboidratos complexos:
Eles ajudam o organismo a absorver triptofano e estimulam a produção do neurotransmissor serotonina, que ajuda a reduzir as sensações de depressão. Uma alimentação pobre em carboidratos, por vários dias, pode levar a alterações de humor e depressão. Alimentos fontes de carboidratos: pães integrais, cereais integrais (trigo, arroz). A recomendação é de 6 a 9 porções diárias, juntamente com manteiga clareada, tipo ghee, que não tem colesterol ruim, é rica em colesterol bom e ajuda ao intestino na produção de serotonina.
No caso de chocolates a preferência é pelos mais amargos, ou conjugados com fibras, pois devem ser consumidos em pequenas porções e são uma ótima forma de aumentar a serotonina e a dopamina.
Folhas verdes:
Estudos mostram que uma alimentação com consumo elevado de folato (importante vitamina do complexo B) está associada a menor prevalência de sintomas depressivos. Um dos alimentos ricos em folato são as hortaliças folhosas verde-escuras (espinafre, brócolis, alface). Além disso, a alface quando fervida pode fornecer fito-hormônios, mesmo na forma de chá que ajudam a combater o mau-humor.
Fonte: Clement Hajian médico fitoterapeuta, acupunturista, homeopata e ortomolecular.
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