Mesmo sem poder real de compra, as crianças são as principais responsáveis por grande parte do que é consumido dentro de suas casas. É o que mostra uma pesquisa realizada pelo Datafolha, encomendada pelo Instituto Alana, realizada com pais de crianças de 3 a 11 anos. Os números mostram que 70% dos pais são influenciados na hora da compra. O que mais preocupa os pediatras é o alto consumo de guloseimas solicitadas pelos pequenos.
Para se ter uma idéia dos pedidos, 43% dos entrevistados citaram chocolate, bala, chiclete, doce e biscoito. Em segundo estão os salgadinhos (34%) e na seqüencia, com 32%, o pedido é sorvete. Estes percentuais aumentam entre os mais novos, o que deixa os especialistas ainda mais atentos ao fenômeno picky eater (termo que pode ser traduzido como “comedores seletivos”).
O nutrólogo e pediatra Mauro Fisberg, professor da UNIFESP, explica que a família é o principal modelo para a criança, e que os pais são essencialmente responsáveis pela compra e pela correta educação alimentar. De acordo com o especialista, as pressões infantis existem sempre, e cabe aos pais a determinação do que é adequado ou não. Outro fator importante, o hábito alimentar correto passa pelo padrão familiar e as crianças tendem a copiar o comportamento de seus parentes. “Se as refeições não são feitas à mesa, se os pais e os irmãos mais velhos só comem lanches, não incluem em sua alimentação frutas, verduras e legumes, dificilmente a criança vai gostar desses alimentos.”, refere o prof. Fisberg.
Em muitos casos é importante recorrer ao Pediatra para avaliar se a dificuldade alimentar está comprometendo o desenvolvimento da criança. Porém, em todos os casos, corrigir erros alimentares em crianças é um processo lento que requer empenho de toda família. . E para evitar que a criança fique em risco nutricional enquanto passa pelo processo de adaptação a uma dieta mais saudável, são utilizados suplementos nutricionais, completos e balanceados, como Pediasure, desenvolvido pelo laboratório Abbott. Ele funciona como um seguro nutricional até que a criança aprenda a comer corretamente.
Saiba como controlar a alimentação do seu filho
O que fazer com doces, biscoitos e salgadinhos que estão no cardápio diário dos pequenos. Fisberg, explica que tudo depende do que for estabelecido entre pais e filhos. Uma boa ideia é combinar que sejam liberados, com limite, aos fins de semana. “Quando este tipo de alimento for consumido deve ser colocado em um prato ou em um pote plástico para estabelecer a quantidade que será ingerida, pois se a criança comer diretamente no pacote o consumo será bem maior”. Porém, se a criança já está habituada a comer doces e outros supérfluos diariamente, vale estabelecer o consumo de apenas uma porção ao dia. Se possível, as guloseimas devem ser restritas, mas podem ser ofertadas sem a relação de que entrem como recompensa ou pressão para a criança se alimentar. Obviamente que em festas, ocasiões especiais, os doces devem ser ofertados, mas sem exageros.
Dicas: aposte em pratos mais atrativos e coloridos
- Apresentar pratos coloridos, fazer carinhas com a comida, oferecer o alimento rejeitado pelo menos dez vezes, em refeições e com apresentações diferentes (modo de preparo: cozido, frito, assado, purê etc.).
- Brincar com o alimento, mas não brincar com a alimentação. Isto é, não distrair, não enganar, não forçar, não castigar ou premiar a criança. A criança precisa se concentrar na atividade da refeição, sentir o sabor dos alimentos e entender a sensação de fome e de saciedade.
- Envolver a criança na preparação da refeição, também é uma boa ideia. Passar tarefas simples como lavar os alimentos ou arrumar a mesa, ajuda a criança a habituar-se aos alimentos. A criança que aprende que o alimento adequado faz bem a seu corpo suporta melhor a frustração de não comer supérfluos.
FONTE: Dr. Mauro Fisberg- nutrólogo e pediatra
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