A hipertensão arterial é a mais frequente complicação clínica observada durante a gravidez. A hipertensão arterial crônica acomete cerca de 5% das gestantes, e a tendência é que aumente a prevalência, visto o aumento da hipertensão na população em geral, e da gravidez em idades mais avançadas.
Já a doença hipertensiva específica da gravidez, isto é, que aparece durante a gestação, (DHEG, pré-eclâmpsia) afeta 5% das gestantes, sendo mais comum em primigestas (primeira gestação) e em pacientes com outras doenças associadas (hipertensão arterial crônica, diabetes, doenças do colágeno como lupus, trombofilias). A chance de ocorrência de pré-eclâmpsia em mulheres que já são hipertensas é de 25 a 30%.
A falta de detecção ou controle inadequado da hipertensão na gravidez pode levar a complicações graves, como a ocorrência de eclâmpsia (convulsões e/ou coma), edema agudo dos pulmões, descolamento prematuro da placenta, hemorragias e insuficiência renal.
A hipertensão arterial na gravidez é também perigosa para o concepto, podendo levar à restrição do crescimento fetal (bebês de baixo peso), aumento das taxas de prematuridade, sofrimento fetal e até mesmo óbito fetal ou neonatal. O diagnóstico precoce da hipertensão arterial na gestação, e o controle clínico e obstétrico adequado destas pacientes são capazes de reduzir a morbidade e mortalidade materna e perinatal.
Dados do Relatório de Mortalidade Materna em 2005/2006, feita pela Área Técnica Da Saúde Da Mulher, da Coordenação da Atenção Básica – Secretaria Municipal da Saúde, mostram que a hipertensão arterial (eclâmpsia + pré-eclâmpsia + complicações da hipertensão arterial crônica) foi responsável por 28,3% das mortes maternas no município de SP durante os anos de 2005 e 2006 (41 casos de morte s - 21 hipertensão crônica e 21 pré-eclampsia - de um total de 145 mortes). Foi a principal causa de morte materna neste período, superando as hemorragias de origem obstétrica e as demais causas.
A Razão de Mortalidade Materna (RMM) neste período foi de 41,1 / 100.000 nascidos vivos. É importante frisar ainda que a hipertensão arterial pode afetar as pacientes no período pós-parto. Ao analisars os dados referentes à Mortalidade Materna Tardia (que ocorre do 43o dia do puerpério até 1 ano após o final da gestação), observa-se que a hipertensão continua sendo a principal causa de óbito (11 em 29 casos). Provavelmente a perda de assistência médica regular, que é realizada durante o pré-natal, propicia a piora e mau cuidado das mulheres neste período.
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