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O FIM DO "DIET" E DO "LIGHT": Culinária Evolutiva condena adoçantes artificiais

No almoço de domingo, contando o programa da noite anterior, minha prima elogia a qualidade do sorvete de chocolate num shopping do Rio: "Era uma delícia, e ainda por cima, diet. Comi e não atrapalhei em nada a dieta!"

Como demonstra ingenuamente minha prima, a cultura dos alimentos "diet" conquistou rapidamente a confiança dos que buscam a boa forma, deixando para trás quaisquer questionamentos a respeito de suas qualidades ou efeitos sobre a saúde. No entanto, nem todos os alimentos "diet" são pobres em calorias. A maioria deles, principalmente os achocolatados, se limita a substituir o açúcar por adoçantes artificiais, conservando ou até aumentando o teor de gorduras: seu consumo é liberado para diabéticos, enquanto continuam na lista de alimentos não recomendados para quem pretende perder peso ou manter a forma.

Uma ilusão que prejudica a saúde
Os adoçantes artificiais, objetos de extensas pesquisas na área da medicina nutricional, são absolutamente condenados pela Culinária Evolutiva. O aspartame é comprovadamente tóxico e, de acordo com inúmeros artigos publicados, pode causar desde enjôo, dor de cabeça, ansiedade e depressão, até a destruição de neurônios, simulando muitas vezes os sintomas de fibromialgia. A ingestão de aspartame, pasmem, pode até prejudicar o controle da diabete e agravar seus sintomas, num caso típico de feitiço virando-se contra o feiticeiro. Já os ciclamatos e a sacarina são possíveis agentes causadores de câncer. Mesmo se decidirmos desconsiderar tantos alertas, já bastaria para contra-indicar o uso de adoçantes o fato de seu consumo aumentar a compulsão por doces, estabelecendo no organismo um ciclo viciante e criando dependência.

Meu organismo, em particular, foi enfático ao rejeitar o uso de adoçantes: logo no início de minha jornada em direção a uma alimentação mais saudável desenvolvi uma forte reação alérgica, eficientemente diagnosticada pelo dermatologista como efeito do consumo de ciclamatos ou sacarina. Foi a sentença de morte definitiva para a Coca Cola light, para sorvetes dietéticos e para algumas deliciosas e coloridas balinhas "diet" que eu costumava comer com gosto e consciência limpa.

É doce, e não engorda
O açúcar, já sabemos, é o primeiro aditivo a ser eliminado em um cardápio saudável. O açúcar desequilibra o metabolismo, adormece o cérebro e também vicia. Nem mesmo o pretensamente saudável açúcar mascavo escapa à condenação: o escurinho nada mais é que açúcar comum mal disfarçado com gotas de melado. Eu poderia recomendar algumas opções teoricamente naturais, como a frutose ou a stevia, mas em última análise desconfio de tudo que exija um processo altamente industrializado para sua confecção e seja vendido pulverizado e refinado, em embalagens comerciais. Natural, para mim, é tudo aquilo que se apresenta da mesma forma no pomar, na horta, ou na prateleira do supermercado. Seguindo esta linha de pensamento, dediquei-me à pesquisa de receitas para doces, tortas e bolos, usando como único agente adoçante a fruta em seu estado natural ou, no máximo, frutas secas como passas, ameixas ou damascos.

Lanche diet? Coma bolo!
Antes da revolução nutricional que virou meus hábitos alimentares de cabeça para baixo, quando eu vivia perdendo e ganhando peso sem conseguir o equilíbrio, bolo pra mim era sinônimo de tabu; hoje em dia, tomar chá com bolo à tarde virou uma deliciosa, saudável e nutritiva rotina. Nossa receita de hoje é um exemplo disso e mostra como usar o açúcar natural da fruta e ainda aproveitar o potencial das fibras para reduzir ainda mais o teor glicêmico e calórico do doce, este sim, um autêntico "diet", 100% permitido para quem quer emagrecer e ao mesmo tempo se manter saudável. Experimente e comprove:

Bolo azedinho de milho com laranja
Ingredientes: 5 ovos; 2 laranjas descascadas e picadas, com a pele; 1 xícara de farinha de centeio integral; 1 xícara de de grãos crus de milho fresco; 1 colher de sopa de sementes de erva-doce; canela em pó e noz-moscada a gosto.
Para o creme: 2 laranjas descascadas com a pele, 1/2 xícara de grãos de soja cozidos em água, 1 colher de sopa de passas

Modo de Fazer: Bater os grãos de milho e a laranja com a pele no liquidificador, sem adicionar água, até obter um creme claro. Bater as claras em neve. Juntar as gemas batendo sempre. Juntar a farinha, a laranja batida e os temperos. Colocar em forma antiaderente* e levar ao forno quente preaquecido por 1/2 hora.
Para o creme: deixar a soja de molho por 8 horas. Escorrer e cozinhar em bastante água por meia hora. Deixar as passas de molho por meia hora. Bater no liquidificador as laranjas, a soja e as passas. Desenformar o bolo depois de frio. Cortar ao meio na horizontal, rechear com o creme de laranja e montar. Cobrir o bolo com o restante do creme e salpicar com sementes de erva-doce. Levar à geladeira antes de servir. Dá 8 porções.

Cada porção contém: 125 calorias; 28,8% de gordura; 49,5% de carboidratos; 21,7% de proteína
4,0 g de gordura; 15,5 g de carboidratos; 3,5 g de fibras; 6,8 g de proteína; 133 mg de colesterol

Noga Lubicz é pesquisadora energética e cria jóias magnéticas; é também escritora e pesquisadora de culinária vegetariana
Email: [email protected]
 

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