Pelos meados do século III. Orígenes escrevia que os novos recrutas do cristianismo provinham das classes populares, de modo especial, "entre os tecelões e sapateiros, populares." Mas também as famílias da burguesia provincial forneciam à religião de Cristo novos fiéis: advogados, magistrados, funcionários imperiais e legionários engrossavam as fileiras do cristianismo. A presença dos cristãos na milícia desmentia a suspeita de que eles não fossem bons cidadãos, embora alguns deles praticassem a objeção de consciência, quando se tratou, como no caso de Maurício e companheiros, pertencentes à legião tebana, não de defender o império dos seus inimigos, mas da própria fé no único Deus, recusando um sacrifício aos deuses, equivalente à apostasia. A mentalidade cristã não podia naturalmente coincidir com a pagã. Embora respeitando as leis e sendo leais ao império, não punham a pátria terrena acima de tudo. Um certo desinteresse pela extensão do império foi freqüentemente trocado pela aversão e punido com extremo rigor. A prova disso é o episódio que tem como protagonista Maurício, Exupério, Cândido e todos os seus co-milicianos cristãos, submetidos à flagelação e depois decapitados por se recusarem a prosseguir contra a Gália numa expedição que iria punir os cristão sou (conforme outra narração) por se recusarem a sacrificara os deuses antes de marchar contra os rebeldes bagundi. A primeira versão é tirada da Paixão dos Mártires, escrita pelo bispo de Lion, Euquério, em 450. Segundo esta narração Maurício e companheiros pentenciam à legião tebana, que Maximiano Hércules, associado ao governo em 286, como colega do Imperador Dioclesiano, tinha transferido com outras tropas do Egito à Gália para barrar a difusão do cristianismo. Chegado sem Agaunum (atual S. Maurice, no Valese), junto a Martigny, Maurício e companheiros não quiseram prosseguir por uma razão muito compreensível. Maximiano, após ter feito feito aplicar aos revoltosos uma humilhante flagelação pública, por dizimação, não tendo conseguido dobrar-lhe a obediência, fez decapitar a legião toda (milhares de soldados; segundo a paixão, talvez seis mil, é mais provável que tenha sido uma corte). Não obstante o juízo contrastante dos estudiosos sobre a Paixão escrita pelo bispo Euquério, existem testemunhos muito antigos do culto dos mártires de Agaunum, onde as escavações efetuada sem 1893 descobriram os restos de uma basílica primitivado século IV.