Especialista revela exames que podem fazer a diferença no diagnóstico
Menopausa antes dos 40? O quadro é conhecido como insuficiência ovariana precoce, e acomete uma em cada 100 mulheres, segundo dados da OMS. A condição pode comprometer a fertilidade, o bem-estar emocional e a saúde óssea da mulher — muitas vezes de forma silenciosa.
Sintomas, como ciclo menstrual irregular, ondas de calor intenso e insônia frequente antes dos 40 anos, combinados a outros fatores, podem indicar que a mulher está entrando na fase de insuficiência ovariana precoce. A ginecologista e obstetra Camila Martin Massutani explica que a condição, que afeta cerca de 1% das mulheres, é um diagnóstico difícil de enfrentar.
“Estamos falando de uma mulher que entra em falência da função reprodutiva, pois os ovários deixam de produzir os hormônios necessários para a fertilidade. Além disso, a insuficiência ovariana precoce impacta diversos aspectos da vida da mulher: vida sexual, perda de massa óssea, surgem sintomas de depressão, ansiedade e ressecamento vaginal. Isso assusta a paciente, pois ela não esperava passar por isso tão cedo”, destaca a médica.
Diagnóstico
Apesar das causas da insuficiência ovariana precoce muitas vezes serem desconhecidas, os ginecologistas sempre começam as avaliações pelo histórico familiar, entre outros fatores. “Boa parte dos casos tem origem genética, então investigamos se há registros de menopausa precoce na família da paciente. Também existem causas cirúrgicas, como a retirada dos ovários, e alterações cromossômicas”, ressalta Camila.
A especialista explica que existem exames que podem ajudar no diagnóstico precoce. “A gente não precisa esperar a mulher ficar um ano sem menstruar para diagnosticar e observar. Um exame que podemos fazer para determinar se a mulher está perto da menopausa é através do exame de FSH (hormônio folículo-estimulante). Ele mede como está a reserva ovariana da mulher. Níveis altos de FSH demonstram que a paciente está se aproximando dessa fase”, explica.
Sobre o tratamento
Assim como nos casos de menopausa natural, os quadros precoces também exigem reposição hormonal. “Essas pacientes precisam de um tratamento diferenciado. Elas precisam de reposição hormonal específica, pois a insuficiência ovariana precoce pode aumentar o risco cardiovascular, provocar perda de massa óssea e levar à osteoporose, além dos impactos emocionais e psicológicos”, comenta a ginecologista.
A insuficiência ovariana precoce é uma realidade e exige informação e tratamento. “Costumo dizer que é uma fase de descobertas e amadurecimento, principalmente quando há acompanhamento ginecológico. Mas, muitas vezes, os sintomas podem ser mais suaves ou até passar despercebidos, se a mulher for bem orientada”, finaliza a doutora.
Sobre a especialista: A Dra. Camila Martin Massutani é médica graduada pela Universidade Estadual de Campinas com trajetória marcada por constante aperfeiçoamento, possui especialização - residência médica em Ginecologia e Obstetrícia pela Universidade de São Paulo.
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