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O tempo do outro: Sabedoria é saber respeitar o diferente

* Sandra Rosenfeld

 

Se já é difícil reconhecer e respeitar o nosso tempo interno, imagina o do outro...

 

Vemos e percebemos o outro através dos nossos olhos, da nossa experiência, dos nossos valores, das nossas crenças, da nossa educação e cultura. É muito raro quando conseguimos olhar o outro com isenção. 

 

Surpreendemos-nos e não é incomum rejeitarmos pensamentos e comportamentos que a nosso ver não condizem com a nossa realidade. 

 

Muitos de nós criticamos, discriminamos e até debochamos entre amigos do modo de vestir, cor e corte de cabelo, gestos, etc. de quem não está dentro da nossa aprovação.

 

Somos geralmente muito duros e intransigentes em relação ao tempo que o outro leva para fazer as coisas, dar uma resposta, tomar uma decisão e isso se estende a todos os aspectos da nossa vida, inclusive afetiva. 

 

Hoje é comum ficar antes de assumir um namoro, mas algumas pessoas, tanto homens quanto mulheres, têm muita resistência quanto a essa forma, não mais tão nova assim, de se iniciar um relacionamento. “Ah! Mas eu não quero ser ficante de ninguém, dizem alguns.”, mas por que não dar uma chance para você mesmo e entender que você não precisa deixar essa situação se perpetuar, mas sim observar se está evoluindo e entender que o tempo de entrega do outro pode ser bem diferente do seu.

 

Essa questão da diferença de tempo de cada um também pode causar muitos conflitos no relacionamento de pais e filhos quando é exigido que os filhos acompanhem o ritmo dos pais, chegando ao cúmulo de apressar os pequenos para seguir o andar desses. Qual o exemplo que estamos dando às nossas crianças?  Palavras se perdem ao vento, mas exemplos ficam por toda a vida. 

 

Aprender a olhar para dentro e constatar que geralmente o que criticamos no outro temos também, é o primeiro passo para aceitar e acolher as diferenças. 

 

Olhar para si mesmo com afeto e bondade pode ajudar muito em aprender a respeitar o nosso próprio tempo de pensar, de reagir, de agir, de fazer, de viver. E assim começar a ter pensamentos, sentimentos e ações mais tolerantes para com o próximo. 

 

Com certeza, muitos mal-entendidos e cobranças desgastantes vão desaparecer do nosso dia a dia, tornando a nossa vida mais leve e feliz.

 

*Sandra Rosenfeld

 

Escritora e Palestrante. Terapeuta em Qualidade de Vida como Instrutora de Meditação, Executive e Personal Coach.

Autora dos livros “Durma Bem e Acorde para a Vida” e "O que é Meditação", ed. Nova Era/Record. 

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