*Sandra Rosenfeld
No final de tudo o que conta e o que não conta é o amor. É este sentimento que nos torna melhor ou pior. É o sentimento mais intenso, profundo, eclético, variável, sustentável, invisível, visível, é o sentimento mais tudo que existe.
O amor permeia pela presença ou ausência todos os nossos pensamentos, palavras e ações. O amor por nós mesmos fica tão claro na forma que nos olhamos, que nos cuidamos, na vida que temos e escolhas que fazemos.
Ele está ali nas amizades que conquistamos, nos relacionamentos amorosos que muitas vezes descuidamos, no afeto que dispensamos aos nossos familiares. Na maneira de falar e sorrir para um desconhecido, mais ainda se ele é um garoto ou um deficiente vendendo algo no sinal de trânsito ou simplesmente um pedinte.
O amor está sempre se mostrando, esteja ele presente ou ausente. Não há como esconder se é abundante, se é por inteiro ou se falta, se há carência. Ele aparece num olhar, num sorriso, num aperto de mão, na palavra dita e na não dita, no abraço e muito nos beijos dos apaixonados, mas também no beijo na face dado pelo irmão, pelo pai, pela mãe.
Ah, o beijo do filho... Quando pequeno ele beija sempre com amor, mas isso só é mantido no filho adulto quando o amor cresceu junto com ele. O amor da mãe e do pai. Mas filhos que receberam pouco dos pais ou de um dos dois quando crianças passam a vida toda tentando resgatar esse amor que faltou e não conseguem se doar para o filho que geraram. Não conseguem ser pais porque se mantém no papel de filhos tentando agradar o pai ou a mãe ou ambos em troca, quem sabe, de um olhar, de uma palavra, de um abraço, que, mesmo vindo agora não serão mais suficientes.
É isso que é preciso entender para então se libertar, crescer e poder dar amor aos filhos. Aquele amor que não se teve o bastante, e que cada um precisa diferente, faz falta para aquela criança lá atrás e não mais o adulto de hoje. É por isto que nunca se consegue preencher esse espaço vazio. Não há como voltar atrás. Mas há como acolher essa criança interna, mostrar que agora há um adulto ali que pode cuidar dela. Entender que os pais de ontem também não são mais os de hoje e acima de tudo perdoar, porque na maioria das vezes, eles deram o que tinham para dar.
O importante é não repetir, é quebrar este ciclo e fazer diferente. Trazer à tona o amor que existe em cada um de nós e que independe de outras pessoas. É com este amor, que vem lá do fundo, que podemos superar, crescer e nos doar.
*Sandra Rosenfeld
Escritora e Palestrante. Terapeuta em Qualidade de Vida como Instrutora de Meditação, Executive e Personal Coach.
Autora dos livros “Durma Bem e Acorde para a Vida” e "O que é Meditação", ed. Nova Era / Record.
Tels.: (21) 9628.6167 / 3419.7251
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