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Hot Yoga: Você já conhece?

Há sempre um esporte que vira o queridinho da estação e, nos Estados Unidos, é a hot yoga (yoga quente), que no momento está no pódio e promete eliminar, em uma só aula, nada menos do que 900 calorias. A modalidade já existe há cerca de 40 anos, mas vem ganhando a cada dia adeptos e admiradores ao redor do mundo, de anônimos a celebridades: Madonna e George Clooney já se declaram apaixonados por essa forma de esculpir o corpo, ganhar mais energia e refrescar a mente, a partir da combinação de altas temperaturas com posturas de yoga que já existem há 5 mil anos.

 

Como sugere o nome, a aula acontece numa sala aquecida entre 40 e 42 graus, com 40% de umidade, e dura, geralmente, uma hora e meia, mas tem variações. A Bikram Yoga, criada pelo guru indiano Bikram Choudhury, foi a primeira a surgir e é um das mais populares, já que ele registrou o nome, a sequência de 26 posições da aula (Hatha yoga) e tem centenas de escolas no mundo. As primeiras foram fundadas no Havaí e na Califórnia. O guru desenvolveu sua fórmula em um processo de autocura, após uma contusão no joelho. A sala quente imita as condições de temperatura e umidade da Índia, onde a yoga surgiu.

 

Porém, nos Estados Unidos, já é possível encontrar escolas que ensinam vários outros estilos, que têm em comum a sala aquecida e úmida: Absolute, Forrest, Power e a TriBalance são alguns deles. “A Bikram sempre repete as 26 posições, mas muitas escolas criam suas próprias sequências dentro da sala aquecida. Nesse caso, o nome é Hot Yoga e o professor desenvolve sua série de acordo com o foco que quer dar”, explica o instrutor do estúdio Hot Yoga Nimmitz, Conrad Gacki, certificado em Bikram há 10 anos.

 

Gacki destaca que os benefícios são incontáveis. “O corpo passa por uma grande desintoxicação, é alongado, trabalhamos todos os músculos e a mente. Uma das consequências da prática frequente é a aceleração do metabolismo”. Mas ele lembra que o corpo precisa estar com com níveis balanceados de cálcio, magnésio e potássio, já que o suor é contínuo durante toda a aula. É preciso tomar muita água antes, durante e depois dos exercícios para repor o líquido e sais minerais.

 

Principais diferenças oferecidas pela sala quente

Depois de uma aula, a sensação é de que saiu pelos poros tudo aquilo que você tem de ruim por dentro. A brasileira Pamella Tanimura, que mora no Havaí, acabou de voltar da Tailândia, onde fez um curso de certificação em yoga quente e destaca as principais diferenças entre praticar yoga numa sala de temperatura ambiente e na aquecida. “O corpo quente fica mais flexível, os alunos conseguem fazer com mais facilidade as poses, a circulação é ativada, ajuda na pressão arterial e é possível expandir mais a respiração, pois o pulmão consegue atingir a capacidade máxima. Essa é a razão que indicamos inclusive a yoga quente para quem tem problemas como asma.”

 

A yoga na sala aquecida, geralmente, não é acompanhada de música. “Eu estranhei no primeiro dia, não tinha música nenhuma. E quando comecei a fazer com frequência acabei vendo que todas as aulas são iguais”, diz Paula Marmorato, brasileira que também mora no Havaí e começou a praticar yoga quente há pouco mais de três meses. “Depois vi que essa repetição não é monótona, pois a gente vai aperfeiçoando em cada aula e melhorando as posturas”, diz ela, que depois da terceira aula notou que havia perdido dois quilos e que o resultado desse tempo de prática trouxe, além de uma afinamento de todo o corpo, uma sensação antiestresse. “Estava meio deprimida antes e notei que a prática frequente me deixou com mais energia e vigor”.

 

Mais benefícios

Pamella enumera outras vantagens trazidas pela prática. “A Hot Yoga melhora o condicionamento físico, a flexibilidade, define os músculos, queima calorias, elimina toxinas, alivia estresse e a ansiedade e aumenta a capacidade de concentração. Funciona como medicina preventiva”, diz. A professora destaca que o núcleo do corpo é fortalecido, por isso, essa pode ser a chance de se ter a tão sonhada barriga tanquinho, além de trazer mais flexiblidade para a coluna, modelar o quadril, o bumbum e a coxa. “Também é uma meditação de uma hora e meia, de olho aberto”, conclui a brasileira.

 

Queima de calorias

As escalas de queima de caloria, nos Estados Unidos, mostram que em uma aula, de uma hora e meia, queima-se em média 900 calorias (estatística baseada numa pessoa de 60 quilos). Para ter uma ideia, é equivalente ao mesmo tempo nadando borboleta ou pedalando numa aula de spinning (ciclismo indoor).

 

Para Conrad Gacki, esses números sempre são relativos. “Isso depende da condição física e capacidade que uma pessoa tem de suar. É assim em qualquer esporte, pois as pessoas são diferentes”, destaca o professor. “Eu como suo muito já cheguei a perder três quilos em apenas uma aula. Mas o mais importante de tudo é que o efeito é gradual, pois o metabolismo é acelerado e a pessoa vai sentir no dia-a-dia a diferença”. Essa perda momentânea, por meio do suor, significa apenas perder água.

 

Confira o que as escalas tradicionais dizem

Uma aula de uma hora de yoga tradicional (sala não aquecida) queima:

Ashtanga: 300 calorias

Hatha: 175 calorias

Power: 450 calorias

Vinyasa: 450 calorias

 

Frequência

O instrutor John Anderson diz que “a yoga quente pode ser praticada todos os dias, mas cada um deve descobrir seus limites. Duas ou três vezes por semana também trará um bom efeito, mas apenas uma vez, vai ser como recomeçar a cada semana. Fica difícil melhorar as posições e a flexibilidade”. É sempre bom ingerir alimentos ricos em potássio, cálcio e magnésio para que a perda intensa do suor não desequilibre o organismo. Porém, não é aconselhável comer momentos antes de cada aula.

 

Como é a sala aquecida

O aquecimento é feito por aquecedor central, portátil ou até por radiação infravermelha. “Aqui na Waikiki Hot Yoga nós usamos aquecimento infravermelho, pois é o que mais traz benefícios ao corpo, as luzes também são infravermelhas. Essa forma de calor aquece o corpo de maneira diferente e mais saudável que os aquecedores tradicionais”, diz Anderson.

 

Como começar

É preciso ir devagar. “Na primeira aula, se o aluno conseguir ficar o tempo inteiro (1h30) dentro da sala já é uma vitória. Comece fazendo algumas posturas e vá aumentando, até conseguir fazer todas”, destaca Pamella. Sempre comunique o professor se você tem alguma lesão, pois ele pode dizer quais os exercícios que você deve fazer e em quais precisa ter mais cuidado. Geralmente as aulas têm apenas um nível, é a habilidade e a frequência que vão ajudar a melhorar as posições, a flexibilidade e o equilíbrio.

 

Indicações

É sempre aconselhável consultar um médico antes de começar a praticar algum esporte. Devido à alta temperatura, mulheres grávidas, quem tem pressão baixa e problemas do coração, deve ter mais precaução na hora de entrar numa aula aquecida. Professores indicam frequentemente a yoga quente para quem tem algum tipo de lesão (joelho, coluna, pescoço), pois é uma atividade de baixo impacto e o calor ajuda na flexibilidade. “É um exercício para a família toda, tenho alunos de 90 anos que adoram. "A yoga quente é indicada, inclusive, para crianças, apesar das muito pequenas perderem o foco facilmente, mas é uma maneira de ensiná-las a se concentrar e ganhar equilíbrio”, diz Anderson.

 

Ao se referirem à yoga quente, os praticantes geralmente usam a palavra "tortura", tamanho o suor e o sufoco que é ficar na sala fervendo, se derretendo aos poucos. Sim, não é para qualquer um, mas muitos, apesar de falarem isso, voltam no dia seguinte. Os instrutores garantem que é essa integração corpo e mente, que é revigorante e viciante.

 

Fonte: Cleide Klock, Direto de Honolulu, Havaí.

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