Mesmo que você já siga um caminho espiritual, já deve ter se deparado com esta dúvida, tão comum, mesmo aos estudantes e praticantes mais avançados. Não é, também, raro que pessoas vez por outra me questionem sobre estas diferenças entre tais entidades.
O mundo espiritual pode parecer complexo a alguns e muito simples a outros. Antes, porém, quero fazer um "parêntesis", uma digressão para levantar um ponto que entendo ser crucial para se compreender tais entidades e suas funções. As religiões nada mais são do que "métodos" que o ser humano pode lançar mão para desenvolver-se, alcançar o mundo espiritual, compreendê-lo ou manter-se conectado a ele. Sendo assim, cada doutrina tem sua teologia própria, através da qual o buscador consegue tais objetivos em sua jornada de desenvolvimento aqui na Terra. As religiões nada mais são que facetas do grande prisma universal, através do qual acessamos a fonte da vida, o Divino ou Deus.
Quando falamos em "mestre, mentor, guia, anjo", estamos utilizando uma nomenclatura que é específica de determinadas religiões, sendo que em algumas estes são compreendidos com outras denominações ou nem são acessados, por questões específicas relativas às formas de se ver a si mesmo, a espiritualidade e a vida. Formas estas que estão diretamente ligadas a graus de desenvolvimento espiritual, ou seja, em cada degrau de evolução que estamos, existe uma ou outra doutrina ou teologia que nos é mais coerente à nossa compreensão em tal momento.
Mas o que é um mentor espiritual? No livro "Missionários da Luz", Chico Xavier nos fala que o mentor espiritual não é um simples "aparelho", mas um espírito que através da renúncia a si mesmo, abnegação e humildade, escolhe: "calar para que outros falem; dar de si próprio para que outros recebam, ou seja, que opta por servir de ponte transmitindo conhecimento e auxiliando seu "pupilo" a desenvolver-se em um dado campo da vida.
O mentor, também confundido algumas vezes com o guia, não necessariamente auxilia médiuns em centros espíritas.
Todos nós temos um ou mais mentores que nos acompanham, por exemplo, profissionalmente. Trata-se de um espírito que alcançou um estágio pouco acima do nosso e, por isso, escolhe doar seu conhecimento a um espírito que pode ser auxiliado. Escolhe auxiliar-nos, como forma de evoluir espiritualmente em seu próprio desenvolvimento através deste trabalho que também é de caridade.
Os mestres são seres mais desenvolvidos que já alcançaram tal grau de elevação que já não precisam mais encarnarem. Eles permanecem em planos superiores ao nosso, mas ainda, possivelmente, acessíveis através de rituais ou práticas específicas como, por exemplo, a "canalização". Temos os mestres da Grande Fraternidade Branca: Mestre Jesus, Mãe Maria, Maytreia, El Morya, Mestre Gautama, Mestre Saint Germain e outros.
Guia espiritual ou espírito protetor é um irmão espiritual -um espírito que faz parte de nossa família espiritual- alguém que fez parte de nossa vida atual e já desencarnou, ou algum antepassado que não encarnou nesta geração, mas que guarda sentimentos astrais de carinho e afinidade com o nosso, e que nos acompanha a fim de nos proteger. Estão mais próximos de nós em momentos específicos de perigo, tristeza ou em momentos difíceis da partida, que ofereçam obstáculos pessoais complicados de ultrapassar. Dependendo de nossa sensibilidade, podemos senti-los através de sentimento de calor ao lado do rosto ou através de vozes ou visões em sonhos ou mesmo em estado semi-acordado.
Quanto aos Anjos, os mais conhecidos são os anjos da guarda, seres espirituais mais sutis, fazem parte da hierarquia divina e por isso nunca encarnaram nem encarnarão, apesar de poderem se manifestar em forma corpórea quando necessário.
Anjos são seres espirituais incorpóreos (Hb. 1:14). Não tem corpo físico, mas podem assumir forma corpórea (Gn. 18:19). (Sl. 104:4; Hb 1:7; Ef. 6:2; Mt. 8:16; 12:45; Lc. 7:21; Apc. 16:14). A palavra anjo quer dizer "mensageiro". Eles guiam e guardam os crentes - (Sl. 91:11; Hb. 1:14).
Quando nascemos nos é designado um anjo da guarda para nos proteger. Apesar dele estar muito mais próximo a nós durante os primeiros 7 anos de vida, continuam acessíveis durante toda a nossa jornada terrena, bastando nos conectarmos com eles simplesmente pedindo sua ajuda, através da prece e outras práticas. Eles têm papel de proteção como o guia ou espírito protetor e tem também um papel amparador.
Contatar e manter-se conectado aos nossos amigos e irmãos espirituais é um processo simples, mas que exige esforço, trabalho, disciplina e mudanças de atitudes que refletem em nossa ida espiritual. A lei espiritual da afinidade e sintonia rege esse contato e acesso, que se obtém através do estudo de sua própria espiritualidade, de sua vida emocional, mental e espiritual.
O acesso a estes irmãos depende do grau de evolução e desenvolvimento pessoal no processo de autoconhecimento e da consolidação de atitudes morais através da refoma íntima. O buscador deve procurar conhecer-se profundamente, seus pensamentos e suas emoções, as motivações que muitas vezes estão subjacentes e inconscientes e que se refletem em crenças, atitudes repetitivas e situações difíceis que nos colocamos em certos momentos da vida, repetindo padrões de comportamento. Mas podemos estar conscientes desde já que nunca estamos sós.
FONTE: Roberto Dantas, psicanalista clínico tradicional e psicoterapeuta breve. Paralelamente desenvolve trabalho espiritualista onde auxilia seus clientes em seu processo de autonhecimento e sintonia com sua própria espiritualidade.
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