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Você não é um super-humano: Todo mundo tem problemas, e, por vezes, sente-se triste, infeliz, estressado, ansioso, com medo.

Talvez agora mesmo você esteja enfrentando uma situação difícil, como um ente querido doente, uma briga conjugal ou com os filhos, descobriu alguma enfermidade, o gerente do banco não para de ligar para você e não é para oferecer investimentos. Quem sabe tenha problemas na empresa, com seu chefe, um colega de trabalho que puxando seu tapete, ou, simplesmente, com o cara que ficou de ir fazer alguns reparos urgentes na sua casa e não apareceu.

 

Às veze vejo o quanto nós, consultores, palestrantes, coach, deixamos transparecer que não temos problemas, que não passamos por perrengues como todo e qualquer ser humano de verdade, e aí as pessoas começam a pensar que elas são o problema, afinal, muitos de nós parecem tão perfeitos e que tudo dá certo na nossa vida, que fica difícil das pessoas que nos observam a acreditarem nelas mesmas.

 

Quero fazer um protesto, pacífico, contra pessoas que dizem não ter problemas. Muitos podem não ter problemas financeiros, mas, têm outras razões para não dormir bem ou sentir aquele aperto e vazio no peito que não se sabe de onde vem. Outros estão rodeados de gente do lado, são famosos, queridos, mas, tudo superficialmente, e derramam lágrimas por não encontrar alguém que goste delas de verdade, do jeito que são, e não como parecem ser. Outros ainda são anônimos, vivem com amigos do lado, porém, todo fim de mês veem o bolso empoeirado e sem condições de cumprir seus compromissos.

 

Como disse, todo mundo tem problemas de alguma ordem e isso causa uma série de sensações tristes, ruins, pesadas, que deixam a gente meio em câmera lenta. E isso é normal. Então, uma dica importante é: considere normal não se sentir bem todos os dias. Por mais esforços que façamos, por melhores que estejamos preparados emocional e mentalmente, claro que passaremos por momentos em que adoraríamos nos esconder debaixo das cobertas e não levantar, porém, outra dica é: durma até mais tarde apenas quando puder, e se isso significar resgatar mais energias para partir pra cima dos problemas. Já somos sujeitos ao comodismo, à mesmice, portanto, se enrolar na cama ou no sofá com medo dos problemas não resolve nada, só piora.

 

Sou uma pessoa de sorte, porque tive muitos problemas (e ainda tenho), principalmente quando era criança. Só não fui mais pobre porque não quis, porque oportunidade tive bastante. Comi muito feijão com farinha, e, às vezes, só farinha com água. Tomei banho de mangueira e de bacia, não por brincadeira, mas porque não tinha chuveiro, até que um dia eu e meu irmão inventamos de fazer vários furos numa lata de tinta, e um jogava água dentro dela para o outro fingir que tomava banho numa bela ducha. Já espremi bastante o tubo de pasta de dente (para os mais afortunados, creme dental), para não desperdiçar nada. Amassei vários pedacinhos de sabonete para formar um maior (na verdade não era sabonete, era sabão de lavar roupa mesmo). Já usei tênis conga, kichute e levei o material escolar num pacote de arroz de cinco quilos...

 

Convivi quase que diariamente com amigos drogados, mas, graças a Deus, nunca com as drogas. Dois amigos de infância perderam a vida antes de completar dezoito anos, um deles nem viu a filha nascer. Outros tantos (mais de dez) foram presos, e, alguns ainda estão atrás das grades, porque não souberam modificar a estrutura que receberam na vilinha em que morávamos, onde ninguém acreditava que gente dali fosse se dar bem na vida. Por isso, mais uma dica: não importa o quanto os outros não acreditam em você ou no lugar em que está agora. A coisa que mais importa é manter a chama da sua crença positiva acesa, e se apoiar em gente que também acredite, além de estar ciente de que você pode estar num lugar ruim, mas, não pertence a esse lugar.

 

Eu sempre tive certeza de que não pertencia ao mundo das drogas, do sofrimento, das privações. Por mais que boa parte das crianças que conviveram comigo, talvez nunca tenham tido oportunidades de melhorar, confesso que também não tive... fui atrás delas. As maiores oportunidades que tive foram os bons conselhos da minha avó, e ver meu pai levantando todos os dias quatro horas da manhã para tomar chimarrão e ir para o trabalho debaixo de frio e chuva, muitas vezes sem comer nada, para deixar uma ou duas fatias de pão para que os filhos comessem.

 

Não pense que só é feliz quem não tem problemas, quem não chora, não sofre, não passa dificuldades. Pensar assim é provocar a eterna infelicidade.

 

Nem você, nem eu somos super-humanos, aliás, eles não existem. O que existe são pessoas normais, que todos os dias dão de cara com um leão, e, quando não dá para enfrentá-lo, se escondem, mas, só para se preparar melhor para derrubar o bicho no outro dia.

 

Chore, grite, esperneie, mas, sem se esquecer de que, depois, tem que:

 

·        Vibrar;

·        Levantar;

·        Sair;

·        Correr;

·        Pular;

·        Ganhar;

·        Se esforçar;

·        Vencer...

 

 

 

Ah, claro que ainda tenho problemas, e muitos, mas, confesso que são eles que me fazem desejar estar nesse mundo, do jeitão que ele é, e me fazem pensar em mudar o que eu puder para ajudar as pessoas, com a certeza de que a primeira coisa a mudar todos os dias é a mim mesmo.

 

Vamos lá, confie no que eu digo sempre: você pode não ser um super-humano, mas pode se tornar um grande campeão...

 

Grande abraço, fique com Deus, sucesso e felicidades sempre, campeão...

 

Professor Paulo Sérgio Buhrer

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