TRÊS ANOS ATRÁS, eu era um recém-chegado ao budismo quando tentava me livrar de uma série de pesadelos e noites mal-dormidas. As madrugadas em claro ganhavam um certo conforto no silêncio meditativo. E foi pensando sobre o vazio, em orações a Sakiamuni Buda, que dois pés adornados com jóias surgiram na minha frente. Descrente e espantado, de olhos cerrados para ajustar a vista, fiz tal qual o Piu-Piu diria ao Frajola: “Acho que eu vi um pezinho”. Disse assim mesmo, no diminutivo. E eles balançaram brincando comigo. Era Krishna mostrando um caminho. Seu rosto em meio sorriso veio surgindo pequeno e foi se expandindo até ganhar tamanho e sumir.
Vi Krishna sorrindo. Eu vi. E sigo o Seu caminho e amo seu culto, que coloquei na minha vida. Essa é a minha história com Krishna, o Encantador de Cupidos que me fez voltar a dormir.
Racionalmente, digo que sou devoto de Krishna, por que sei que Ele é real. Respeitosamente, não vi Ganesh, Jesus, nem Buda. Ele eu vi. Essa é uma história para aqueles que crêem e sabem que o santo azul de fato existe. Deus é real.
Mas o que é ser hare krishna? Confesso: até esse dia não O conhecia. Fui pesquisar, reconheci nas fotos as jóias de Krishna, sua coroa, tão característica, e relatos de outros que encantados por seu mantra também viram seus pés.
Srila Prabhupada, fundador da ISKCON, a Sociedade Internacional para a Consciência de Krishna, dizia que o Senhor se revela ao devoto que canta sinceramente seu grande mantra, cujo cantar é exatamente como o choro genuíno de uma criança por sua mãe.
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“Hare Krishna é uma abreviação do famoso maha-mantra, encontrado nos Upanishads, um dos capítulos dos Vedas, os sagrados textos hindus”, explica o professor de yoga e colunista do Bemzen, Giridhari Das.
“É uma invocação direta a Deus, em amor e devoção. Hare é uma invocação ao aspecto feminino de Deus (Deus Mãe). Krishna é um nome de Deus que significa “o todo atraente”. E Rama é um outro nome de Deus que significa “a fonte do prazer”. Esse mantra, então, é um chamado a Deus em Seu aspecto masculino e feminino, todo-atraente, a fonte de todo prazer – ou seja, Deus reconhecido como tudo de bom, tudo que possa ser desejado, como a pessoa mais amorosa e amável.
Hare Krishna, conta Giridhari, também virou sinônimo de quem pratica auto-realização entoando esse mantra. Os primeiros a fazerem isso no Ocidente foram os membros da ISKCON – em 1966, na cidade de Nova Iorque.
O professor Giridhari observa que com o sucesso da ISKCON, porém, outras instituições com filosofias e práticas quase idênticas se estabeleceram ao redor do mundo. Hoje, ser um “Hare Krishna” pode simplesmente denotar alguém que pratica a auto-realização em yoga (ou consciência de Krishna) nos moldes do que foi ensinado por Swami Prabhupada.
Não se deve confundir “Hare Krishna” com alguns aspectos externos exibidos por monges da tradição: cabeça raspada e roupas açafroadas. Nem tampouco deve-se achar que ser hare krishna implica em largar tudo e sair cantando na rua! Hoje, 99% dos hare krishna são pessoas de aparência normal, com seus empregos, negócios, estudos e família, defende Giridhari.
E você, tem uma história com Senhor Krishna? Deixe a sua no espaço para comentários logo abaixo. Desde já, ficamos felizes em compartilhar com o mundo seu caminho especial de luz.
Fonte: HARLLEY ALVEZ
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