O puerpério, como é chamado o período pós-parto, vai do nascimento do bebê até 42 dias após o parto. Popularmente chamado de "quarentena", este é um período de mudanças radicais no corpo da mulher, já que todos os órgãos, principalmente os genitais, se recuperam das alterações que tiveram durante a gestação e o parto. As contrações no útero logo após o parto são normais e têm a função de prevenir hemorragias e de retomar o tamanho que tinha antes da gravidez.
As transformações psicológicas também são intensas, e o medo, a ansiedade, a insegurança de cuidar do bebê, além da reviravolta hormonal, podem deixar a mulher mais irritada e confusa. Por isso, o apoio e compreensão do marido nesse momento é fundamental, explica o ginecologista e obstetra Dr. Domingos Mantelli Borges Filho.
Após a gestação, a mamãe precisa observar o sangramento vaginal, a situação das mamas, a contração do útero. E, o mais importante: ir em todos os retornos médicos solicitados. Alguns problemas que surgiram durante a gestação, como hemorróidas, varizes e azia, tendem a desaparecer. Outros como pressão alta e diabetes precisam ser monitorados. Veja a seguir as dicas e cuidados que o ginecologista e obstetra Domingos Mantelli Borges Filho elaborou para as mamães.
-Sangramento vaginal Pós parto : Inicialmente vermelho vivo, vai tornando-se gradativamente mais claro até tornar-se transparente. Desaparece em 4 a 6 semanas. A menstruação normal tende a recomeçar até 60 dias após o parto, ou pode demorar mais, se a mãe estiver amamentando.
-Amamentação: Esse é um momento muito importante e você vai precisar das dicas do médico para amamentar corretamente e sem sentir dor. Ajuda bastante apoiar um travesseiro embaixo do bebê na hora de amamentar. Procure ficar com a postura ereta para não ter dores na coluna. Geralmente, 20 minutos de cada lado são suficientes para sugar o leite. Se o bebê passar desse tempo, provavelmente não está mamando e poderá até te machucar. Na fase de amamentação, as mães devem evitar tomar medicamentos, pois muitas substâncias passam para o leite e podem prejudicar o bebê. Se for necessário tomar remédio, peça orientação a seu médico.
-Contrações uterinas: São normais, decorrentes da volta do órgão ao tamanho normal. Podem acentuar-se durante a amamentação, provocadas pela estimulação dos mamilos que promove a liberação de ocitocina.
-Queda de cabelo: Durante 3 a 6 meses após o parto. O uso de tinturas e descolorantes durante a gravidez pode contribuir para agravar a queda. É indicado usar xampus suaves e penteados simples, até que os cabelos voltem à condição normal.
-Incontinência urinária: O controle será readquirido com a ingestão de muito líquido e exercícios.
O médico deverá ser procurado caso o problema permaneça por mais de 4 meses após o parto.
-Intestino preso: É normal permanecer a constipação intestinal da época da gravidez. Aos poucos, o intestino vai voltar a funcionar normalmente. Você pode colaborar ingerindo alimentos ricos em fibras, como mamão, ameixa e gérmen de trigo, além de beber bastante água. Hemorróidas, acúmulo de gases e dificuldades para evacuar também são comuns, pela dor na região anal e pelo receio de que os pontos se abram. O médico poderá receitar laxantes se for o caso.
-Relação Sexual: O companheiro vai precisar ser compreensível nessa hora, pois além dos cuidados intensos com o bebê, você ainda terá um tempo de readaptação do organismo e de cicatrização das regiões afetadas na cirurgia que pode levar de 30 a 40 dias. Com as alterações hormonais, é normal estar com a libido menos intensa nessa fase e com a vagina ressecada. Por isso, as primeiras relações sexuais pós-parto devem ser mais cuidadosas. O melhor a fazer nesta fase é conversar com o parceiro, que deve ser compreensivo e paciente, apoiando você em tudo o que precisar, até o retorno à rotina normal de vida conjugal que tinha antes de engravidar.
Fonte- Ginecologista e Obstetra Domingos Mantelli Borges Filho
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