Atinge 1,7 bilhão de pessoas no planeta. No Brasil, cerca de 40% da população (70 milhões de pessoas) encontra-se acima do peso ideal. Por causa disso, as pessoas andam muito aflitas, sem saber se remédios para ajudar o emagrecimento são bons ou ruins. Em primeiro lugar, remédio nenhum emagrece ninguém. A única coisa que emagrece é dieta e exercícios. Em segundo lugar: remédios não fazem bem à saúde. A não ser as vitaminas, em doses certas e pequenas; todo medicamento tem um "preço" químico ( orgânico) altíssimo. Remédios são usados para criar uma situação química no organismo favorável ao segmento de um resultado esperado.
Dependem de uma relação custo e benefício muito tênue difícil de ser analisadas e que só um médico pensando contextualmente e conhecendo farmacologia minuciosamente sabe administrar bem. Na questão do emagrecimento temos que analisar várias coisas como tipo de fome, hábitos alimentares, padrão hormonal, hábitos de exercícios e contexto de vida.
Cerca de 70% das pessoas que estão acima do peso, não sofrem de fome, mas sim de vontade de comer. Grupo que alberga inúmeras formas de distúrbio do comer compulsivo e que são acarretadas por oscilações nos níveis séricos de alguns neurotransmissores. Somente com exames minuciosos, avaliação clinica e dietética completa, saberemos qual conduta adotar.
Todas as delícias engordativas contêm substâncias que estimulam a produção de neurotransmissores ligados à sensação de vitalidade, prazer, e bem-estar, como a serotonina. Além disso, o nosso organismo é uma máquina que procura instintivamente economizar energia e nada sabe sobre a moda dos bumbuns empinados, das coxas roliças e da barriga sarada.
O organismo vai preferir armazenar gordura para gerar mais energia. Por este motivo, a reeducação alimentar está na ordem do dia: porque, se deixarmos a boca seguir a sua "lógica" natural, ela escolherá invariavelmente o que mais engorda.
Um outro agravante também é que toda vez que ingerimos gordura, o cérebro produz endorfina - substância que transmite uma sensação de relaxamento e bem-estar. Em outras palavras, nossa mente nos condiciona a comer alimentos gordurosos para ter prazer. As pessoas que ligam menos para gordura têm altos níveis de leptina no organismo. Recém-descoberta pela ciência, a leptina é um hormônio produzido pelas células gordurosas e que informa o cérebro de que os compartimentos celulares armazenadores de gordura já estão lotados.
Muitas pessoas acreditam que engordam porque comem muito açúcar, mas na verdade a causa é a farinha refinada que entra na receita de quase todos os doces e gera compulsão alimentar. "Ninguém chega no meu consultório dizendo que rasgou a pontinha do saco de açúcar e ficou comendo a noite toda . A compulsão é por bolos, biscoitos, amanteigados, pães doces e outros farináceos. O açúcar refinado engorda, estimula a produção de serotonima, tem muita química e provoca diabetes, mas não gera compulsão, ao contrário da farinha branca.
Segundo pesquisas recentes, 60% das mulheres que padecem do chamado efeito sanfona possuem compulsão alimentar em relação a farinha refinada. Essa dependência se dá quando os agentes metabólicos do trigo, durante o processo digestivo, entram em contato com as glândulas endócrinas situadas na primeira porção do intestino. Esse contato gera a liberação de uma substância semelhante à endorfina - a enxorfina -, que sobe ao sistema nervoso central e provoca a sensação de prazer e estimulo de comer compulsivo.
Por fim, a farinha como o açúcar, ainda contém triptofano, substância que estimula o cérebro a produzir a serotonina - neurotransmissor que regula o prazer, o sono, o apetite e a própria alegria de viver. Se a pessoa simplesmente cortar, de uma hora para outra, o açúcar e a farinha, provocará uma queda brusca de serotonina no organismo e manifestará uma síndrome de abstinência semelhante a de um viciado em álcool ou em cocaína. Entre os sintomas mais freqüentes, costumam estar dor de cabeça, depressão, enjôos e mau humor.
Antes de iniciar o tratamento, o paciente deverá passar por um minucioso exame laboratorial, dosando todos os hormônios e os níveis sérios de serotonina, dopamina e catecolaminas; além de vitaminograma completo. Isto orienta o médico a prescrever o medicamento correto. Com tudo isso, a reeducação alimentar se torna possível e não vai soar como um castigo.
Atividades físicas de 30 minutos, de 4 a 5 vezes por semana também são fundamentais pela alta produção de endorfinas e pelo gasto calórico.
Dr. Tércio Rocha é endocrinologista, pós-graduado em medicina estética em Paris, Consultor Internacional de Estética do Royal Academy of Aesthetic Medicine, membro da Sociedade Francesa de Medicina Estética e Mesoterapia, membro da Sociedade Brasileira de Medicina Estética e Mesoterapia e da Sociedade Brasileira de Laser
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