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Carreira: Quando o excesso de otimismo prejudica

Você é daquelas pessoas que só se preocupam em ter um plano de saúde quando adoecem? Ou, então, pensa em poupar depois que passa por apuros financeiros e, logo depois, esquece? Se você sempre acha que não há nada com que se preocupar, cuidado: otimismo demais pode bloquear a percepção da realidade e ser a causa de muitos problemas. O consultor em Gestão de Pessoas com foco na Neurociência Comportamental, Eduardo Ferraz, explica que muitos profissionais se julgam mais competentes que realmente o são, diminuindo assim a preocupação com a constante atualização profissional.

Nesse contexto, em julho deste ano o IEF (Índice de Expectativas das Famílias), estudo mensal realizado em mais de 200 municípios pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), apontou que 78% dos chefes de famílias participantes da pesquisa se sentem seguros com os atuais cargos e, destes, 35,8% estimam um crescimento profissional nos próximos seis meses. Mas os dados não conferem. Segundo a CNI (Confederação Nacional da Indústria), a falta de mão-de-obra qualificada afeta 69% das empresas e, para driblar isso, 78% das organizações investem na capacitação necessária no próprio local de trabalho.

“O fato é que muitos profissionais deixam de se aprimorar em suas carreiras, por terem uma autoavaliação distorcida”, reafirma o consultor. Essa dificuldade em encarar a realidade de maneira mais coerente foi estudada pelo psicólogo Daniel Kahneman, ganhador do Prêmio Nobel de Economia em 2002. Sua tese, baseada em análises sobre como as pessoas tomam decisões, concluiu que as falhas e distorções nos processos decisórios são regra, não exceção, e que todos têm uma clara tendência, ou “viés”, de se achar mais qualificado do que realmente é.

O consultor alerta: “esperar que o melhor aconteça em sua carreira, sem o devido esforço, é mera ilusão. Ninguém é promovido ou recebe uma proposta de trabalho maravilhosa apenas por sorte. Pensamentos positivos são importantes, mas ter atitudes realistas é essencial”. Segundo Eduardo Ferraz, a Neurociência Comportamental aponta que a maioria das pessoas se julga mais honestas, capazes, inteligentes, educadas e justas que as demais. “O ser humano é condicionado, instintivamente, a buscar o caminho mais fácil e toma decisões baseadas no prazer imediato. Por isso tantas pessoas se endividam, cuidam pouco da saúde e deixam a carreira seguir por inércia”, conclui Ferraz.

 

O que fazer com tanto otimismo e pouca qualificação?

Se ter um otimismo exacerbado é ruim para o profissional, para as empresas pode ser encarado como a pior das características. “Baixo autoconhecimento e uma auto-percepção irrealista custam muito caro. Por se julgarem mais competentes do que realmente são, muitos profissionais esperam por uma promoção, oportunidade de trabalho ou aumento de salário que não acontecem, gerando sentimentos de angústia, raiva e insatisfação”, diz o consultor.

Eduardo é enfático: “investir no autoconhecimento e ter uma análise clara de seus reais talentos faz uma enorme diferença. Aprimorar continuamente seus pontos fortes deveria ser a maior prioridade na vida de quem quer evoluir profissionalmente”. Acreditar que coisas boas vão acontecer na carreira é apenas uma pequena parte do caminho, que tende a levar o profissional a lutar para estar sempre à frente de outros candidatos. “Se você estuda, faz cursos de qualificação, aprimora seus talentos e é reconhecido por isso, seu otimismo na verdade é puro bom senso”, finaliza Eduardo.


Fonte: Eduardo Ferraz, consultor de gestão.

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