Respirar pela boca prejudica a mastigação, o que faz com que o organismo consuma mais calorias do que o necessário.
Difícil de entender? Então vamos às explicações.
Dietas, exercícios físicos, tratamentos estéticos e até cirurgias são utilizadas como armas contra o ganho de peso e as indesejáveis consequências do sobrepeso e da obesidade. O que muitas pessoas não sabem é que outros fatores além da alimentação e do sedentarismo influenciam os números que aparecem na balança. Segundo Gerson Köhler, ortodontista e ortopedista-facial da Köhler Ortofacial, respirar de maneira incorreta pode engordar. "Pode parecer estranho, mas há uma relação entre a respiração, a mastigação e o aumento do peso e o resultado é um efeito cascata”, ressalta.
Köhler explica que respirar pela boca, seja por razões como hipertrofia (aumento de amígdalas ou adenóide) ou alterações na anatomia interna do nariz (desvio septal ou cornetos hipertróficos), gera anomalias anatômicas do rosto e de toda a região dentofacial, que engloba a boca. “Estas alterações acontecem de forma progressiva e podem começar ainda na infância. Elas são denominadas alterações ortopédicas, no caso dos ossos da face, principalmente da maxila e da mandíbula, ou alterações ortodônticas, quando os dentes estão mal posicionados devido a arcadas ósseas mal formadas”, esclarece.
Por sua vez os problemas ortodônticos – que geram a má-oclusão dentária – prejudicam a mastigação e a estética do sorriso. “A mastigação deficiente, sem a trituração adequada dos alimentos, faz com que o bolo alimentar seja engolido rapidamente. Assim o cérebro não tem tempo de acionar o mecanismo de saciedade e o indivíduo acaba comendo mais do que o necessário. O organismo sente que está satisfeito somente cerca de 20 minutos após o início das refeições, ou seja, é fundamental mastigar direito e devagar para não ingerir calorias em excesso”, observa.
Uma das consequências nocivas deste trinômio – respiração incorreta, problemas ortodônticos e mastigação deficiente – pode ser o sobrepeso, que, se não for administrado, pode evoluir para a obesidade. “Para que o problema seja tratado efetivamente é necessário que as três variáveis sejam trabalhadas. Nestes casos uma equipe multidisciplinar, envolvendo um ortodontista, um otorrinolaringologista, uma fonoaudióloga mioterapeuta e um nutrólogo ou endocrinologista é essencial para ter uma avaliação exata do problema e o tratamento mais adequado”, destaca o ortodontista.
Os distúrbios respiratórios do sono (DRS) também estão intimamente ligados a obesidade. A respiração feita pelo nariz exerce papel essencial no sono e na oxigenação do corpo. Quanto mais massa corporal o indivíduo tiver, maior será o esforço para respirar, o que o leva a inspirar o ar - também - pela boca. “O resultado é a apneia, ronco e outros distúrbios do sono. É um ciclo vicioso. Respirar mal pode levar a problemas ortodônticos e também prejudicar a qualidade do sono. Alterações ortodônticas, por sua vez, geram uma má mastigação e ingestão inadequada do alimento, não completamente processado e ensalivado, podendo, por fim levar ao aumento de peso”, finaliza.
FONTE: Doutor Gerson Köhler (CRO 3921 – PR)
Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial
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