Todos os anos, a quarta-feira de cinzas marca o início da Quaresma, período de 40 dias após o Carnaval que tem por objetivo preparar os católicos para celebrar a Páscoa, data considerada a mais importante do calendário cristão.
Quaresma, palavra originária do latim que significa a quadragésima parte, é um tempo reservado para a reflexão e o crescimento espiritual. Os fiéis são convidados pela Igreja a fazer uma comparação entre a realidade de suas vidas e a mensagem cristã expressa nos Evangelhos, os livros da Bíblia que retratam a vida de Cristo. "A Quaresma é necessária para entrar num clima de recolhimento, oração, penitência e caridade; vivências que devemos experimentar enquanto esperamos o Cristo ressuscitado no domingo de Páscoa", afirma o padre Paulo Ricardo, consultor da Congregação para o Clero em assuntos de catequese junto à Santa Sé, que apresenta o programa “Oitavo Dia”, na TV Canção Nova, todos os sábados às 19h.
Por ser um tempo de introspecção, a Quaresma ficou associada à tristeza, mas de acordo com o sacerdote o significado é mais profundo. "É um período de mais espiritualidade e, para que haja o recolhimento, é necessário o silêncio, já que a principal oração cristã é ouvir a Deus e não é possível ouvir se não houver silêncio", explica padre Paulo.
Por que 40 dias?
A duração da Quaresma está baseada no simbolismo do número quatro, que representa o universo material, e do zero, que significa o tempo de nossa vida na terra com todas as provações e dificuldades. O número 40 tem papel relevante na Bíblia em várias ocasiões. No livro do Gênesis, por exemplo, a história da Arca de Noé, conta que o dilúvio durou 40 dias. Ainda no Antigo Testamento, no livro do Êxodo, os judeus caminharam durante 40 anos no deserto após fugir da escravidão no Egito que durou 400 anos. No Novo Testamento, Jesus passa 40 dias jejuando no deserto, antes de dar início à sua vida pública. De acordo com o simbolismo cristão, esses períodos servem para preparar o lado espiritual e emocional das pessoas para fatos importantes.
Penitência, qual o sentido?
O jejum é uma prática recorrente como forma de expressar a estima e respeito do povo a Deus. A Igreja Católica propõe o jejum como uma recusa a algo desejável em prol de algo mais valioso: o relacionamento entre Deus e os homens. "A penitência alimenta a virtude da temperança e a Igreja a vê como uma forma de privação de algo que deve ser oferecido simbolicamente a Deus, ou como serviços em favor do nosso próximo, o que chamamos em práticas de caridade", defende o padre Paulo Ricardo. Oficialmente, pela Lei da Igreja, o jejum deve ser feito pelos cristãos batizados, na quarta-feira de Cinzas e na sexta-feira Santa, entre pessoas de 18 a 60 anos.
De acordo com o sacerdote, independentemente da religião, as pessoas realizam formas de penitência com as mais diversas finalidades. "Quando uma pessoa vai comprar um carro, por exemplo, ela precisa muitas vezes abrir mão de muitas outras coisas que poderia adquirir para chegar a esse objetivo. Mas a penitência religiosa é um gesto de desprendimento de amor. Não se busca nada em troca além de amar e demonstrar gratidão a Deus-Pai", diz.
a biblia e livro que dever se lido com feverosidade
que legual a biblia e muito boa de se ler
Obrigado! Seu comentário foi enviado
Oops! Algo de errado aconteceu ao enviar seu comentário :(