Por Daniel Lopes*
Geoengenharia é o processo de intervenção humana planejada no clima por meio de tecnologia. Ou como quer a Royal Society britânica: “Manipulação deliberada em larga escala do ambiente planetário”.
Enquanto para alguns cientistas a batalha contra o aquecimento global por meios convencionais (basicamente, redução gradual da emissão de dióxido de carbono e outros gases) já está perdida ou quase isso – e enquanto os céticos sequer estão convencidos de que o aquecimento seja uma realidade -, a geoengenharia aparece como uma opção cada vez mais atrativa aos olhos de muitos.
No mês passado, dezenas de cientistas e empresas interessadas em explorar o setor se reuniram para uma conferência na Califórnia. Almejavam principalmente dissipar o muito de ceticismo que cerca a prática. Com cautela, pediram “mais pesquisa em todas as disciplinas relevantes” para ver se futuras intervenções no meio “são, ou não são, viáveis, apropriadas e éticas”.
As reservas à geoengenharia começam com a própria Royal Society, que no ano passado declarou em relatório enfático que “o método mais seguro e previsível de se moderar a mudança climática” ainda é a velha e boa redução de gases causadores do efeito estuda. “Nenhum método de geoengenharia pode fornecer uma solução alternativa fácil ou prontamente aceitável” para o problema.
Uma matéria no site da Scientific American aponta os terríveis efeitos colaterais que podem advir de projetos de geoengenharia se levados a cabo com imperícia:
A lista de consequências involuntárias da manipulação humana de sistemas naturais é longa: selvas de concreto criando ilhas urbanas de calor, vastas zonas mortas de oceano como resultado do uso de fertilizantes em campos de agricultura, e espécies intencionalmente introduzidas, como o sapo-boi na Austrália, que devastou ecossistemas, entre outras. Quer a ideia seja imitar o impacto de resfriamento de um vulcão no clima através da contínua emissão de sulfato na estratosfera ou iluminar nuvens via embarcações não tripuladas que cuspam vapor de água, possíveis problemas vão desde travar a ocorrência de chuvas em certas regiões até declarações de guerra unilaterais.
No entanto, na mesma página da Sciam, há uma entrevista com Ken Caldeira, especialista da universidade Stanford, que explica a geoengenharia e defende seu uso – principalmente no caso de uma catástrofe climática.
(*) Fonte: Amálgama – um blog coletivo que disponibiliza um espaço para vozes diversas se expressarem sobre os mais diversos assuntos.
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