Saúde da mulher nas diferentes fases da vida
Por Maria Fernanda Elias
Já faz tempo que a mulher deixou de ser o sexo frágil. Guerreiras e batalhadoras, as mulheres não se acomodaram e foram à luta. Conquistaram seu espaço na sociedade, quebraram paradigmas e, finalmente, provaram que são muito mais fortes do que se imaginava. Mas essas vitórias vieram com um desafio: preservar a saúde ao mesmo tempo em que acumulam cada vez mais atividades no dia a dia.
Nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, a porcentagem de mulheres que vivem em ritmo acelerado e em situação de estresse tem aumentado ao longo dos anos. Este fato se deve à soma de responsabilidade, já que, além de trabalhar fora de casa, a mulher continua responsável pelos cuidados com a família e com a casa.
Quando falamos de saúde, consideramos uma série de aspectos, como a relação com o meio ambiente, as condições de trabalho, moradia, lazer, renda, prática de atividade física e, principalmente, os cuidados com a alimentação.
Além de viver mais tempo que os homens, em média 6 a 8 anos, as mulheres possuem características biológicas próprias, que as diferencia dos gênero masculino. Em termos gerais, as mulheres são menores, mais leves, possuem maior porcentagem de gordura corporal e menor taxa de metabolismo. Essas e outras diferenças exigem cuidados nutricionais específicos.
A menor taxa de metabolismo basal, por exemplo, indica que a mulher deve ficar mais atenta à quantidade de calorias diárias que consome e, principalmente, à qualidade nutricional dos alimentos. As alterações hormonais e a perda de sangue pela menstruação também requerem atenção especial, assim como os períodos de gestação e lactação.
Uma alimentação balanceada, que inclui itens de todos os grupos da pirâmide alimentar brasileira, contribui para uma vida longa e saudável. As mulheres adultas, sempre que possível, devem optar por carnes, leite e derivados com menores quantidades de gordura. Os peixes são exceção, pois contribuem com a ingestão de ácidos graxos poliinsaturados (como o ômega-3). Cereais integrais, frutas, verduras e legumes recebem destaque pelo conteúdo de fibras, vitaminas, minerais, carotenóides e outros antioxidantes.
Nutrição na adolescência
Durante a puberdade, o corpo das meninas se desenvolve mais rapidamente que em outras fases da vida e, portanto, a ingestão adequada de energia e nutrientes são fundamentais para acompanhar este ritmo, além de suprir as perdas provocadas pela menstruação. Outro fato que merece atenção é que a liberdade e independência promovida por esta fase podem acarretar em maus hábitos alimentares. Aliado a isso está a questão da insatisfação com a imagem corporal que pode levar à adoção de dietas da moda ou o costume de pular refeições com o objetivo de emagrecer. Tudo isso torna a adolescente vulnerável à deficiência de nutrientes como vitaminas D e do complexo B, proteínas, e os minerais cálcio, ferro e zinco.
Nutrientes para as futuras mamães
A nutrição e o estilo de vida durante a gestação e a lactação são fatores críticos para o desenvolvimento e crescimento saudável da criança, assim como para a saúde da mãe. O ácido fólico (uma vitamina do complexo B) é essencial para a formação do DNA e do tubo neural já no início da gestação. O cálcio e a vitamina D atuam no desenvolvimento do tecido ósseo. O ômega-3 tem função nas células do sistema nervoso central e desenvolvimento da visão.
Evidências científicas sugerem que a vitamina B6 reduz a intensidade dos enjôos matinais, queixa freqüente nos consultórios.
Maturidade com saúde
A menopausa é reconhecida por ser um período de vulnerabilidade, estresse psicológico e sintomas depressivos. Um estudo realizado com mulheres de meia-idade mostrou uma melhora significativa de humor durante a suplementação com ômega-3. Esta gordura poliinsaturada é também protagonista na promoção da saúde cardiovascular. Contudo, os sintomas mais comuns e reconhecidos nesta fase são as ondas de calor, decorrentes da diminuição nos níveis de estrógeno. Foi demonstrado que a genisteína, componente encontrado na soja e produtos derivados, diminui a freqüência e a duração das ondas diárias de calor em mulheres na pós-menopausa. Um estudo publicado em 2009, randomizado e controlado, realizado com 84 mulheres nas fases de pré e pós menopausa demonstrou que aquelas que consumiram 30 mg de genisteína no café da manhã relataram menor frequencia e duração das ondas de calor, quando comparadas com as mulheres que receberam a mesma quantidade de placebo.A mesma substância, aliada ao cálcio e às vitaminas D e K, contribui para a manutenção do tecido ósseo.
Além dos alimentos in natura, muitos produtos industrializados são enriquecidos com os mais diversos nutrientes e contribuem para a ingestão diária recomendada. Paralelamente, sempre que necessário, os suplementos nutricionais também podem ser considerados uma opção. Não deixe de consultar um médico ou nutricionista para qualquer alteração na sua alimentação.
gostei da materia!
boas dicas!
adoro nutrição
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