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Budismo - o mestre Dogen: Uma das mentes mais brilhantes do Zen Budismo

Mestre Dogen foi o Patriarca fundador da linhagem Soto Zen Shu do Zen Budismo Japonês. É considerado uma das mentes mais brilhantes que o Japão já produziu. Sua iluminação, dizem os estudiosos, quase que se igualou à do próprio Budha. Eihei Dogen, monge Budista dotado de sensibilidade extraordinária, escreveu uma verdadeira enciclopédia sobre o Zen intitulada Shobogenzo (O verdadeiro olho do dharma). Seus poemas e escritos são lidos e estudados até hoje em dia em todos os locais de prática Zen.

Seu poema

Que feliz é esta vida na quietude deste recesso nas montanhas.
Com isto eu para sempre leio o Sutra do Lótus,
E treino incessantemente debaixo de uma árvore, livre do amor e do ódio,
Observando o luar ou escutando o som da chuva caindo.

Ao transmitir a Lei dos Patriarcas, que veio da India para o Japão
Eu pratico como se estivesse querendo pescar a lua e cultivar as nuvens.
Não aparece nem um só grão de poeira ou contaminação do mundo, de status ou de ganho.
Na minha choupana neste recesso das montanhas dentro da noite nevosa.

Pratiquei zazen até tarde da noite, mas não fiquei com vontade de dormir.
Constatei que uma montanha tranquila é um bom lugar para a prática Budista.
Aqui se pode ouvir o som de um regato murmurante e o luar abraça tudo.
Que outra perspectiva se poderia ter, além desta mesma?

Quando se ama uma montanha, a montanha ama aqueles que lá habitam, também.
Pedras grandes e pequenas aqui mostram a função incessante da Lei.
Vendo as brancas nuvens ou folhas amarelas mudando de acordo com a estação,
Eu já superei as realizações das nove escolas de filosofia seculares.

Há muito tempo que vivo já neste mundo humano, livre do apego,
Tendo já largado o pincel e a tinta.
Agora fico olhando as flores e ouvindo os passarinhos cantando, com menos elegância.
Palavras desdenhosas, tais como "Voce não tem um estilo refinado" nada
significam para mim.

Soa o sino da noite, e uma lamparina é dependurada no jardim,debaixo da lua,
Praticantes fazem zazen no saláo de meditação, tranquilamente contemplando o vazio.
Felizmente eles já obtiveram os tres estágios, e agora semeiam a semente de Buda.
Que bom que eu possa considerar o amadurecimento e debulhamento!

Avançam as horas de zazen noturno. O sono ainda não chegou.
Cada vez eu noto mais que as florestas das montanhas são favoráveis para a prática do caminho.
Ouvindo o murmurante regato do vale, o luar enche os olhos.
Fora disto nada mais existe.

Nem no córrego do vale
me deterei,
Temeroso que minha sombra
Com isto possa fluir para o mundo.

O caminho dos Patriarcas veio do oeste; eu o tenho transmitido para o leste.
Polindo a lua, arando as nuvens, eu anelo pelos caminhos de antigamente.
Como poderiam as poeiras vermelhas do mundo alcançar esta localização?
Na minha choupana de palha, fundo na noite nevosa da montanha, eu me encontro dentro.

O brilhozinho suave de um vagalume,
No cume da montanha
Aparece levemente debaixo
Do brilho mortiço da lua.

Vendo o caminho entre as veredas da mais
Profunda montanha
O recanto que eu acho nada mais é
Que minha casa original: Satori.

Procurando no mais velado da profunda montanha,
Claramente localizo minha velha casa:
A capital onde
Há tempos atrás eu habitava.

Por Monge Budista Zen Getúlio Taigen.
 

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Comentários

  1. #1
    Ana Luiza
    03/09/2010 13:42

    Lindo Poema.

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