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Está com muito sono?: Doenças como Narcolepsia e Apneia do Sono afetam milhares de brasileiros

Muito se fala sobre o quanto a falta de sono prejudica a qualidade de vida, mas o oposto, o excesso de sono, também faz muito mal à saúde. A sonolência excessiva diurna pode ser consequência de uma noite mal dormida, mas pode estar também relacionada a algum distúrbio de sono não identificado pela pessoa. Entre esses distúrbios estão a narcolepsia, a sonolência residual de apneia e a deficiência de atenção de trabalhadores em turnos. São males que afetam milhares de brasileiros e, muitas vezes, são confundidos com preguiça ou desinteresse pelas atividades cotidianas, gerando preconceito e discriminação.

“Por isso, ao perceber alterações seguidas no sono é importante que o paciente procure um médico para diagnosticar corretamente as razões da sonolência e iniciar um tratamento adequado ao seu caso”, afirma o médico do Centro Interdepartamental para os Estudos do Sono do Hospital das Clínicas, Flávio Alóe.

A narcolepsia é um distúrbio neurológico sério, que provoca crises incontroláveis de sono durante o dia, com forte tendência a cochilos em situações inapropriadas, mesmo que o paciente tenha dormido bem à noite. “Estas crises de sono podem prejudicar a atenção, a concentração e o humor, além de trazer conseqüências individuais, sociais e econômicas graves”, esclarece o especialista. Os primeiros sintomas surgem entre os 15 e 35 anos de idade e, se não tratados, persistem por toda a vida.

O diagnóstico da narcolepsia é complexo, pois os pacientes podem apresentar outros sintomas como cataplexia, que se caracteriza pela perda reversível e súbita da musculatura voluntária, desencadeada por um estímulo emocional ou pela memória de uma situação emocional; paralisia do sono, episódio breve no qual o indivíduo não consegue fazer nenhum movimento voluntário; alucinações hipnagógicas, que consistem em visões enquanto a pessoa está acordada.

O tratamento dos narcolépticos é crônico e visa assegurar o estado de vigília necessário para manter suas atividades dentro da normalidade, com a prescrição de medicamentos como a modafinila. Este princípio ativo atua no Sistema Nervoso Central (SNC), sem interferir no sono noturno, tendo como principal benefício ser mais seguro que os antecessores por não causar os efeitos colaterais de estimulantes da classe das anfetaminas e da cafeína (tomada no café), como irritabilidade, irritação gástrica, aumento da pressão arterial sistêmica, alteração de humor ou taquicardia, entre outros.

O mesmo princípio ativo também se mostra eficiente nos tratamentos de sonolência residual da Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS), que mesmo após serem submetidos ao tratamento com o Continuous Positive Airway Pressure – CPAP, aparelho que elimina a obstrução da via aérea superior por meio de pressão positiva e melhora a oxigenação do sangue durante o sono.

No caso da apneia, o sono residual também compromete a capacidade de concentração e memória, aumentando a irritabilidade. Mas há um agravante: com o tempo, se somam a estes fatores o estresse e os riscos de doenças cardiorespiratórias, como hipertensão arterial, angina, infarto, derrame, diabetes, obesidade, AVC e obstruções vasculares periféricas. “É outra doença grave, cuja maior incidência ocorre entre homens de 35 a 65 anos de idade”, afirma Alóe.

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