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Os alimentos que ajudam a saúde mental: Saiba quais são nutrientes que reduzem ansiedade e depressão

Os alimentos que reduzem ansiedade e depressão.  Saiba quais são nutrientes que mais ajudam a saúde mental

 

A pandemia provocada pela Covid-19, alinhada aos problemas do cotidiano, contribuiu e muito para os crescentes casos de transtornos mentais como ansiedade, depressão e nervosismo. Pesquisa divulgada pela revista acadêmica The Lancet, de 08 de outubro, apontou que em 2020, 53 milhões de novos casos de depressão e 76 milhões de ansiedade foram registrados no mundo. Um aumento de 25%. A saúde mental de homens e mulheres está em xeque. Docente do curso de Nutrição e Fisioterapia da Faculdade Santa Marcelina, Alexandra C. Freitas, explica como os alimentos podem ser aliados no combate a essas enfermidades, como também podem ser grande inimigos e agravar alguns casos. 

 

A saúde mental é influenciada por diversos fatores: genéticos, ambientais, sociais. Mas evidências científicas, cada vez, mais comprovam a influência da alimentação na saúde mental. “Alguns nutrientes podem favorecer aspectos como humor, sono, memória, concentração, ansiedade e bem-estar físico, assim como a falta de alguns, ou o consumo de algumas substâncias, pode exercer aspectos negativos sobre a saúde mental”, explica a docente. “Refeições baseadas em alimentos naturais, coloridos e com todos os grupos alimentares, proporcionará benefícios para a saúde como um todo”. 

 

 

Alimentação e afeto  

Alexandra aponta que certas substâncias têm o poder de favorecer mudanças de humor, como o aminoácido triptofano, que, combinado com alimentos ricos em vitaminas do complexo B e magnésio, se transforma em serotonina, conhecido como hormônio da felicidade e do bem-estar. No entanto, é importante ressaltar que a alimentação tem, culturalmente, um papel fortemente ligado ao afeto, união e momentos especiais. “Comer está muito além dos nutrientes. Comemos por prazer, comemos para socializar e comemorar, comemos para esconder ou transparecer sentimentos e muitos outros motivos mais. Sendo assim, muitas vezes os alimentos estarão presentes ou ausentes por motivos diversos, podendo afetar positiva ou negativamente o nosso humor” comenta a professora.   

 

E é justamente nesse campo, do bem-estar e das defesas do organismo, que uma alimentação saudável atua: “O equilíbrio na escolha e frequência do consumo de alimentos favorecerá o consumo de nutrientes diversos, garantindo equilíbrio do organismo e minimizando as carências e processos inflamatórios, atuando também como antioxidantes e neuroprotetores”, aponta.  

 

 

Hidratação  

Outro fator primordial para uma vida saudável é o consumo de água, visto que reações químicas e metabólicas do nosso organismo, como a digestão, dependem de uma boa hidratação - da mesma forma que a eliminação de resíduos e toxinas, principalmente através da urina. “Pensando no funcionamento cerebral, a ingestão de líquidos se mostra muito relevante, uma vez que a água contribui para a lubrificação das membranas que envolvem o cérebro, na proteção da massa encefálica. Estudos mostraram que em casos de desidratação acontece declínio cognitivo e perda de concentração”, completa Alexandra. 

 

De acordo com a consultora, existem alimentos que são encontrados com grande facilidade nos supermercados, os ultraprocessados, que são até práticos no preparo e até mais baratos, mas que a longo prazo podem provocar danos graves ao organismo: “O consumo excessivo desses alimentos, ricos em gorduras saturadas, açúcar, sódio, conservantes, aditivos químicos, corantes e outras substâncias e, ainda, pobres em vitaminas e minerais, podem afetar a saúde mental e física de forma negativa”.  

 

Dietas da Moda 

Refeições com restrição drástica ou absoluta de carboidratos, as chamadas “dietas low carb”, podem ser responsáveis por agravar quadros de ansiedade e depressão, uma vez que os carboidratos têm a função de fornecer energia. “A ausência dessa substância no cérebro faz com que ele pare de funcionar adequadamente, podendo causar maior irritabilidade, cansaço, perda de energia e mau humor”, explica Alexandra. “As dietas restritivas devem ser feitas apenas quando há indicação clínica e sejam devidamente acompanhadas por profissionais capacitados”. 

 

 

Vilão: açúcar  

Além de contribuir para outras doenças, o consumo exagerado de açúcar, seja ele na forma de adição ou contido nos alimentos, especialmente os ultraprocessados, pode interferir em nossa saúde mental como explica a profissional: “Estudos indicam que quanto maior o consumo de açúcar, maior a prevalência de depressão e alterações de humor. No entanto, isso deve ser visto com cautela, sem demonizar o alimento, devendo ser usado com moderação, como parte de uma alimentação saudável, lembrando que o equilíbrio sempre é a melhor opção”.  

 

Para finalizar, Alexandra aponta a necessidade do acompanhamento multiprofissional, por, no mínimo, um médico psquiatra, psicólogo e nutricionista. E ressalta como os alimentos podem ajudar pessoas com transtornos alimentares: “Alimentos e cuidados nutricionais destinados a este público variam muito conforme o tipo de transtorno a fase e tempo da doença. É preciso trabalhar na melhora da sua relação com a comida, nos gatilhos para o comer ou não comer, nas escolhas alimentares adequadas, conscientes e sem culpa”. 

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