O Dr. Custódio Michailowsky Ribeiro, Neurologista do Hospital Albert Sabin, explica sobre essa doença inflamatória autoimune
A esclerose múltipla (EM) é uma doença inflamatória que atinge o cérebro e é provocada por anticorpos que atacam estruturas do sistema nervoso central, prejudicando a função neurológica básica.
Acometendo, de uma forma geral, mais mulheres do que homens, trata-se de uma doença genética e autoimune. “Além do mais, predomina em maior grau os jovens, geralmente, no início de suas carreiras, dificultando assim toda a parte profissional da pessoa diagnosticada com EM”, explica o Dr. Custódio Michailowsky Ribeiro, Neurologista do Hospital Albert Sabin (HAS).
Os principais sinais da EM são:
Fadiga:
- Parestesias (dormências ou formigamentos) e nevralgia do trigêmeo (dor ou queimação na face):
- Neurite óptica (visão borrada, mancha escura no centro da visão de um olho) e diplopia (visão dupla);
- Perda da força muscular, dificuldade para andar, espasmos e rigidez muscular;
- Falta de coordenação dos movimentos ou para andar, tonturas e desequilíbrios;
- Dificuldade de controle da bexiga ou intestino;
- Problemas de memória, de atenção, do processamento de informações e alterações de humor, depressão e ansiedade.
O diagnóstico se dá através de anamnese com o médico neurologista, que solicitará exames de imagem como ressonância magnética com ênfase nas placas desmielinizantes, ou seja, na medula e/ou no cérebro onde ocorra uma inflamação na bainha de mielina dos nervos, e o estudo do líquor para constatar a presença de anticorpos causadores da enfermidade.
“Como na maioria das doenças, o diagnóstico precoce é um fator preponderante no sucesso do tratamento, pois existem medicamentos imunomoduladores que ajudam muito no recurso terapêutico”, diz o Dr. Custódio.
O principal remédio para o tratamento de EM é a beta interferona, que é de uso contínuo e inibidor da recorrência dessa doença, que se divide em três tipos:
- Remitente-recorrente (EMRR): caracterizada pela ocorrência dos surtos em média uma vez por ano e, geralmente, ocorre nos primeiros anos da doença com recuperação completa e sem sequelas;
- Secundária progressiva (EMSP): cerca de 50% dos EMRR evolui para esse tipo, onde o paciente não se recupera de forma plena ante os surtos e acumula sequelas que vão desde a perda visual definitiva até a dificuldade para andar;
- Primária progressiva (EMPP): quando ocorre o aumento constante da incapacidade e piora dos surtos.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), A EM compromete cerca de três milhões de pessoas no mundo, variando sua prevalência de acordo com a região.
“Existem tratamentos e medicações para todos os tipos de esclerose múltipla, contudo, o mais importante é que o paciente procure ajuda especializada ao sentir os primeiros sintomas, pois, o prognóstico depende em muito na rapidez da identificação da doença”, finaliza o neurologista do HAS.
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