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Ansiedade: Cinco dicas para melhorar seus relacionamentos e se comunicar de forma eficaz

 

Por Gaya Machado

 

Vivemos em um mundo veloz e isso não significa que temos menos tempo que as gerações anteriores. Um dia continua tendo 24 horas e cada hora ainda contém 60 minutos, mas ao contrário da sociedade pré-internet, estamos altamente conectados e as notícias chegam até nos em velocidade quase que instantânea, causando uma sobrecarga diária de informações com as quais nenhum ser humano é capaz de lidar completamente.

 

Talvez por isso, ou, além disso, estamos cada vez mais ansiosos. No dicionário Michaelis, a ansiedade é definida como: “Aflição, angústia, ânsia. Atitude emotiva concernente ao futuro e que se caracteriza por alternativas de medo e esperança; (...) Impaciência, insofrimento, sofreguidão”.

 

No best-seller “Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes”, Stephen Covey destaca que uma das maiores necessidades dos seres humanos é ser compreendido. Porém, na ânsia por influenciar, a grande maioria das pessoas não presta, de fato, atenção no que o outro diz, pois está mais preocupada com a sua própria resposta. Covey fala que as pessoas estão excessivamente vulneráveis para ouvir profundamente. Elas não conseguem se concentrar no que o outro diz, antes de comunicarem suas próprias ideias. Esta ansiedade e falta de foco vai totalmente contra o princípio da comunicação empática que, segundo Covey, acontece quando tornamos o que é importante para a outra pessoa, importante para nós mesmos.

 

O autor enumera como o quinto hábito das pessoas altamente eficazes a habilidade de primeiro compreender, para depois ser compreendido. Para ele, este princípio é a chave para uma comunicação interpessoal eficaz.

Para quem deseja melhorar seus relacionamentos através de uma comunicação eficaz, a palestrante Gaya Machado, especialista em Psicologia Positiva e Desenvolvimento do Potencial Humano, traz cinco dicas que vão potencializar suas relações e te ajudar a se comunicar de forma eficaz:

 

Atenção além das palavras: Para desenvolvermos uma comunicação empática, devemos ter a total intenção de compreender o que o outro quer dizer. Apenas 10% da compreensão da nossa comunicação é composta pelo que dizemos. Nossa entonação é responsável por 30% do entendimento do que falamos e a linguagem corporal expressa 60% da forma como nossa comunicação será entendida. Portanto, se você deseja, de fato, compreender o outro, deve estar plenamente atento não só ao seu conteúdo, mas também à sua entonação de voz e sua postura corporal.

 

Ouça primeiro: Uma comunicação eficaz é fundamental para que possamos compreender e sermos compreendidos. Só quando esta troca, de fato, ocorre, as relações se estabelecem com qualidade e confiança. Porém, o que percebemos nos nossos dias é que existe uma tendência constante no sentido de emitir opiniões sem ouvir, de fato, e aconselhar sem antes compreender a questão sob o ponto de vista do outro. Escute com a intenção de compreender e não com a intenção de responder. O conceito parece simples, mas no dia a dia sua aplicação é cada vez mais rara, uma vez que poucos estão dispostos a olhar para a questão buscando o ponto de vista do outro.

 

 

Seja confiável: Você só poderá, de fato, influenciar alguém, quando demonstrar uma capacidade de ouvir empaticamente, baseada em um caráter que inspire verdade e disponibilidade. E não se trata de necessariamente, concordar com o que o outro diz, mas sim compreendê-lo profundamente, tanto no plano emocional quanto no intelectual. Stephen Covez fala que, depois da sobrevivência física, a maior necessidade humana é a sobrevivência psicológica – ser compreendido, se afirmar, receber incentivo, ser amado.

 

Invista agora para ganhar depois: A escuta empática exige tempo, mas certamente é um tempo muito menor do que o que é necessário para consertar estragos ou desfazer mal-entendidos. Quando você ouve atentamente pode compreender rapidamente o que está acontecendo lá no fundo e mostrar esta compreensão. Este entendimento faz com que as pessoas se sintam seguras para abrir seus corações.

 

Concentre-se: Quando você se concentra no aqui e agora, não fica ansioso e consegue se conectar com o outro. Entre as práticas milenares que vêm sendo resgatadas pela cultura ocidental como forma de buscar uma melhor qualidade de vida está o mindfulness ("atenção plena" em português), um conjunto de técnicas meditativas orientais e de foco na rotina diária, desenvolvidas para auxiliar na estabilidade da atenção e, consequentemente, no bem-estar geral. Já bastante difundido nos Estados Unidos e na Europa, o conceito mindfulness está conquistando cada vez mais adeptos no Brasil. Ele pode ser entendido como um estado mental conquistado por meio de exercícios diários de foco intencional nas experiências do momento presente, com a mente aberta e sem pré-julgamentos. O foco no momento presente também é dos conceitos base da Psicologia Positiva, o Flow (estado de fluxo). Desenvolvido na década de 70 pelo psicólogo Mihaly Csikszentmihalyi, PhD e professor da Universidade de Chigago, o termo procura definir as experiências ótimas de fluxo na consciência. Segundo o mestre em psicologia positiva Helder Kamei, o Flow é um estado mental onde o corpo e a mente fluem em perfeita harmonia: “é um estado de excelência caracterizado por alta motivação, alta concentração, alta energia e alto desempenho, por isso também chamado de experiência máxima ou experiência ótima”. Ele explica que, geralmente, entramos em estado de Flow quando fazemos o que mais gostamos, pois encontramos nestas atividades mais motivação, nos concentramos com mais facilidade e ficamos tão profundamente envolvidos e absorvidos que mal percebemos o tempo passar, ou seja, ficamos inteiramente focados no presente - no aqui e no agora.

 

A ansiedade da vida moderna, aliada ao egocentrismo e individualismo de nossa sociedade, têm nos impedido de vivermos plenamente o momento presente. Temos pressa para interpretar, diagnosticar e termos as respostas para todas as perguntas. Esta necessidade de velocidade nos leva, frequentemente, a desenvolvermos um olhar estereotipado das pessoas e situações.

 

No quinto hábito das pessoas altamente eficazes, Stephen Covey nos convida a cultivarmos a comunicação empática. Para que isso, de fato, aconteça, é fundamental que estejamos concentrados em compreender o o outro, com a mente voltada para o momento presente, quando não há projeção autobiográfica das nossas próprias experiências, nem ansiedade quanto ao futuro. Devemos estar comprometidos com o não julgamento, vivendo o aqui e agora, na certeza de que esta prática trará, não apenas mais eficácia, mas principalmente melhora na qualidade dos nossos relacionamentos e na nossa capacidade de nos conectarmos com as pessoas.

 

Sobre Gaya Machado

É Palestrante e Treinadora especialista em Psicologia Positiva

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