Norma Estrella
Muito se atribui ao número sete tanto no que toca ao místico, esotérico quanto em seu aspecto aritmético, matemático. É o único número primo compreendido entre 1 e 10 que não é múltiplo nem divisor de um número de 1 a 10. Isso o torna, ao mesmo tempo, um número de criação e de relação viva entre o divino e o humano.
Na numerologia simbólica temos: 3 (o céu, a criação) + 4 (a terra, matéria) = 7, a totalidade do Universo criado. O processo essencial da “criação” é o mesmo que o da polarização da luz e o de sua decomposição, através do prisma, em raios de diferentes comprimentos de onda, em sete cores visíveis. Estas sete cores são, na verdade, sete raios de criação e reintegração. A cada raio corresponde um Mestre, deva ou anjo tutelar responsáveis por nossa evolução pessoal e do planeta. Quando, depois do dilúvio, uma nova onda de inspiração divina se instaurou sobre a Terra, Deus escolheu o arco-íris como signo da nova aliança com o homem: “Eu ponho o meu arco nas nuvens e ele se tornará um sinal de aliança entre mim e a terra.” _ Gênesis 9, 12.
O número sete está ligado à irradiação da luz. Sete vibrações sonoras estão ligadas às sete vibrações luminosas e à criação.
Segundo o Salmo 29, existem sete “clamores” de Deus que se manifestam nos fenômenos celestes. Havia, em Bizâncio, sete torres “ressonantes”. Simbolicamente, a cada nota musical (7) corresponde um planeta e um número, e possuem, na Cabala, uma letra dupla correspondente.
A flauta de Pã tinha sete tubos; a vinâ, um instrumento muito usado na Índia, possui sete cordas.
Se os sete planos vibratórios da criação existem simultaneamente, eles podem ser considerados emanações sucessivas e hierárquicas da fonte incriada: matematicamente falando, são as sete dimensões do Universo; fisicamente falando, são os sete estados da matéria, onde os quatro elementos são os mais densos.
A linguagem popular se refere ao “sétimo céu” como um estado de plenitude, principalmente no amor. É o plano vibratório mais próximo do Criador.
À imagem dos sete planos do Universo, o homem possui sete corpos sutis, cada um deles formado por sete estágios. Possui também sete centros de força principais chamados chakras.
A torre de Babel tinha sete andares e simbolizava a unidade entre o céu e a terra.
Os sete níveis de consciência são simbolizados, na tradição atlante, pelos sete véus que ocultam Ísis. As dançarinas sagradas do templo executavam a dança dos sete véus que simbolizava esse mito.
Na Cabala, o sétimo Sephiro é Netzach, a Vitória, ligada à Natureza e ao Amor, e simboliza o triunfo do iniciado, ao fim de sua busca.
São sete as direções do espaço (alto, baixo, esquerda, direita, adiante, atrás, em direção ao centro) através das quais a criação se expressa. E em Gênesis 2, 1-3 lê-se: “Seis é estável, acabado, equilibrado, definido _ em seis dias Deus criou o mundo _ mas ele tende ou deve tender para o sete. Sim, Deus criou em seis dias.” E acrescenta “Assim foi acabada, no sétimo dia, Sua obra, que Ele havia feito.”...”E no sétimo dia ele descansou de toda obra que havia feito. Ele abençoou e santificou o sétimo dia porque nesse dia ele repousou da obra que tinha feito.”
Existem sete vezes sete dias do domingo que precede a terça-feira de carnaval até a Páscoa, sete vezes sete dias da Páscoa ao Pentecostes.
O sete está ligado aos ciclos de crescimento do ser humano: sete anos, quatorze anos, vinte e um anos, vinte e oito anos...marcam as etapas do desenvolvimento. Admite-se que “no espaço de sete anos, tudo que compõe o corpo humano se renova inteiramente.” Esses períodos são passíveis de modificações conforme os indivíduos e os povos, mas a média de sete anos é quase constante.
Resumindo, sete simboliza a reintegração da matéria e do espírito, do tempo e da eternidade, em uma unidade única e reconciliada. É o momento em que o homem deixa o que é material e volta-se para o metafísico, o espiritual. E numerosos são os exemplos bíblicos nos quais se encontra o número sete. Quando, em Mateus 18, 22, perguntaram a Jesus “É preciso perdoar sete vezes?” Ele respondeu: “Setenta e sete vezes!”
Até nas histórias infantis, Sinbad contou a Hinbad suas sete viagens; o Barba-Azul teve sete mulheres; os sete anões salvaram Branca de Neve; e, na “Bela e a Fera”, a Fera veio ver a Bela às sete horas e se ausentou por sete dias.
Sete...notável...a liberdade, a luz, o sucesso e a alegria de viver!
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