Consumo de Ômega 3 durante a gravidez reduz risco de parto prematuro de origem espontânea
A nutricionista Lenycia Neri aponta alguns cuidados com a dieta da gestante que diminuem esse risco e favorecem o desenvolvimento do sistema nervoso do feto
Uma alimentação inadequada pode interferir drasticamente no desenvolvimento do bebê, aumentando a predisposição ao parto prematuro de origem espontânea. O estudo “Prematuridade e suas possíveis causas”, divulgado em 2013, constatou que a prevalência de partos prematuros no Brasil é de 11,7%, o que coloca o país no mesmo patamar de países de baixa renda, onde o porcentual é de 11,8%. Uma maneira de reverter esse quadro é o consumo de alimentos ricos em ácido graxo Ômega 3, que podem ajudar as mulheres a terem bebês mais saudáveis e reduzir a incidência de partos prematuros de origem espontânea. O Ômega 3 é encontrado principalmente em peixes, mas também está disponível em cápsulas específicas para gestantes.
“A concentração de ácidos graxos Ômega 3 na dieta tem efeito comprovado durante a gestação. Estudos indicam que esse tipo de gordura pode influenciar no processo inflamatório da gestante, diminuindo o risco do nascimento prematuro”, diz Lenycia Neri, nutricionista do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade São Paulo (FMUSP)”.
De acordo com Lenycia, a dieta praticada no Brasil é rica em ácidos graxos do tipo Ômega 6 devido ao grande consumo de óleos vegetais. Entretanto, é muito baixa em ácidos graxos do tipo Ômega 3 porque é pobre no consumo de peixes. “A suplementação com Ômega 3 aumenta a concentração de DHA na placenta e no cordão umbilical, além de aumentar a estabilidade da membrana de outras células e tecidos”, salienta a nutricionista.
Desde 2007 a Comissão Europeia recomenda que a ingestão de Ômega 3 DHA seja de, no mínimo, 200 mg ao dia para gestantes e lactantes. O Ômega 3 é um ácido graxo essencial para o organismo não sintetizado naturalmente e que, por isso, precisa ser consumido na dieta. Presente em peixes como salmão, sementes de linhaça, nozes e azeite de oliva, o Ômega 3 é composto por três frações específicas: ALA (ácido alfa-linolênico), EPA (ácido eicosapentaenóico) e DHA (ácido decosahexanóico).
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