Uso de tintas, fogos de artifício e bebidas alcoólicas exige cuidados. Emoção e stress em momentos decisivos merecem atenção de cardiopatas
Os dias de festa da Copa do Mundo serão mais divertidos para quem não se descuidar. Confira quatro dicas do Hospital São Luiz para aproveitar cada momento do Mundial com a saúde em dia.
1. Atenção ao pintar o rosto. Tinta guache não é recomendada;
Em dia de jogo do Brasil, pessoas com rostos pintados de verde e amarelo invadem o estádio, os bares e os restaurantes em todo o país. A Dra. Samar Harati, dermatologista do Hospital e Maternidade São Luiz Anália Franco, recomenda o uso de tintas específicas para a face, com solventes em água. “Estes produtos têm mais qualidade e o torcedor fica menos sujeito a ter complicações. Para retirar a pintura, basta lavar o rosto, não é necessário esfregá-lo com força e correr o risco de ferir a pele”, afirma. A especialista ainda reforça que a tinta guache não é adequada para passar na pele, ainda que traga no rótulo que é hipoalergênica e de fácil remoção. Caso a pessoa tenha utilizado a tinta guache e sentir ardor, coceira, dor ou ficar com o rosto marcado, é possível que ela esteja com dermatite de contato. A orientação para este quadro é procurar um dermatologista. “Em casos extremos, o contato com a tinta pode causar inchaço nos olhos, na boca e falta de ar. Se isto ocorrer, o torcedor deve procurar a um Pronto-Socorro imediatamente”, conclui.
2. Cuidado com os fogos de artifício;
Os fogos de artifício costumam marcar a comemoração de cada gol da Seleção na Copa do Mundo. Mas seu manuseio exige cuidados. A dica é seguir as instruções disponíveis na embalagem. Caso algo dê errado, e houver alguma queimadura na pele, vale seguir as recomendações do cirurgião plástico do Hospital e Maternidade São Luiz Anália Franco, Dr. Emerson Colaço. “Uma queimadura por fogos de artificio é uma queimadura térmica. Neste caso, o procedimento correto é apenas proteger o local atingido com um pano limpo umedecido com água. Em seguida, o paciente deve receber atendimento médico. Jamais devem ser usadas pomadas de corticoide, pastas de dente, entre outras substâncias que, se aplicadas, serão retiradas no Pronto-Socorro. Se o local for queimado secundariamente por pólvora, é indicado lavá-lo com água corrente em temperatura normal (antes de realizar o procedimento mencionado)”, explica.
3. Haja coração!
Durante os jogos da Copa, a paixão pelo futebol pode aumentar o risco de infartos em cardiopatas. É o que revela a pesquisa “Copa do Mundo de Futebol como Desencadeador de Eventos Cardiovasculares”, desenvolvida pela USP-Ribeirão Preto. Para evitar complicações, o cardiologista do Hospital e Maternidade São Luiz Itaim, Dr. Wilson Mathias Junior, orienta os cardiopatas a medirem a pressão arterial antes do início de cada partida, que deve estar em nível abaixo de 135 por 85 milímetros de mercúrio (mmHg). “Devido a momentos de emoção e stress, é indicado que a pressão esteja controlada”.
“Recomenda-se também cuidado adicional com a dieta. O consumo de alimentos com muito sal, somado à ingestão excessiva de líquidos, também deve ser controlado”, explica. Cardiopatas que não seguem as orientações médicas referentes à alimentação, em situações de emoções fortes, correm risco de insuficiência cardíaca e, até mesmo, de edemas agudos pulmonares graves.
4. Beber com moderação é permitido. Abandonar os remédios, não;
Cardiopatas, entre outros pacientes, devem tomar cuidados especiais em relação ao consumo de bebidas alcoólicas nos dias de jogos, segundo o cardiologista Dr. Mathias Junior. “Muitos não tomam seus medicamentos quando consomem bebidas alcoólicas. Acredita-se que o álcool corta o efeito dos medicamentos. Mas isso é um tabu. É possível fazer um consumo racional de bebidas alcoólicas, sem deixar a medicação”, orienta.
Além disso, abusos no álcool colocam em alerta as cidades da Copa, que devem concentrar a maior parte de torcedores e turistas. “Além do risco individual, de quedas e doenças agudas, por exemplo, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas provoca risco coletivo, como acidentes. Neste caso, a recomendação é de sempre beber com moderação”, diz o clínico-geral do Hospital São Luiz Jabaquara, Dr. Luís Augusto Mello Sinisgalli.
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