Iniciar uma dieta à base de óleo de coco extra virgem poderá gerar algumas dúvidas. Para um melhor esclarecimento, consultamos a Especialista em Nutrologia, Dra. Tamara Mazaracki, que é Membro da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), Pós-graduada em Terapia Ortomolecular, Nutrição Celular e Longevidade. Em nossa entrevista, foi possível verificar que ingerir o óleo de coco extra virgem só pode fazer o bem!
Para a entrevista a seguir, utilizamos dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), cujo padrão nutricional recomendado para a ingestão diária de quilocalorias (kcal) está em torno de 55% a 75% de carboidratos, 10% a 15% de proteínas e entre 15% e 30% de lipídios (gorduras). A dieta diária deve somar em torno de 2.000 kcal para um adulto, e 1.800 kcal para uma criança.
Dra. Tamara, poderia esclarecer se o uso de óleo de coco extra vigem, na quantidade de até duas colheres de sopa, iria de encontro às determinações preconizadas para uma boa nutrição?
Dra Tamara - No meu entender, seguindo a OMS, a dieta deve ter 55% de carbos, 15% de proteínas e 30% de gorduras. Não vejo nenhum problema em se tomar até 3 (três) colheres de sopa, que são indicadas para o benefício máximo do óleo de coco. Gostaria de lembrar que na Dieta Mediterrânea, os gregos tomam um copinho de azeite antes das refeições principais, o que perfaz bem mais que 3 (três) colheres de sopa desta também preciosa gordura.
Por se tratar de uma gordura satura, poderá transparecer ser prejudicial à saúde. O que difere essa gordura das demais?
Dra Tamara -O óleo de coco extra virgem tem composição semelhante ao do leite humano, de fácil digestão, rápida produção de energia e, sobretudo, efeito benéfico sobre o sistema imunológico ao se transformar no organismo humano em Monolauril, um monoglicerídeo de ação antibacteriana, antiviral e antiprotozoária. Antes de tudo o óleo de coco é considerado um alimento funcional.
Poderia tecer um comentário sobre pesquisas que relacionam o óleo de coco extra virgem à alimentação?
Dra Tamara - Há inúmeros livros publicados sobre o assunto, relacionando os benefícios do óleo de coco extra virgem em doenças tireoidianas, emagrecimento, doenças intestinais, candidíase, fadiga crônica, diabetes, AIDS, parasitoses e muito mais. As pesquisas mais recentes provam claramente que o óleo de coco não causa aterosclerose e doença cardíaca, apesar de ser uma gordura saturada.
Em um estudo publicado no Clinical Biochemistry, 2004, os pesquisadores alimentaram as cobaias com óleo de coco extra virgem e detectaram um efeito benéfico na redução do colesterol total, triglicerídeos, fosfolipídios e colesterol LDL. Houve um aumento no colesterol bom, o HDL. Além disso, frações ativas de polifenol presentes no óleo de coco preveniram a oxidação do colesterol LDL in vitro, Sabe-se que a oxidação do colesterol é que causa a formação de placa aterosclerótica. - Beneficial effects of virgin coconut oil on lipid parameters and in vitro LDL oxidation. K.G.Nevin and T. Rajamohan, Clinical Biochemistry 37,2004;830-835.
Um grande número de estudos mostra uma correlação direta entre infecções crônicas e sub-clínicas por bactérias e vírus, e doença coronariana. Os maiores culpados são Chlamydia pneumoniae, Cytomegalovirus, e Helicobacter pylori. Cada um deles, e muitos outros, são efetivamente combatidos pelos TCM presentes no óleo de coco extravirgem, o que pode efetivamente reduzir a incidência de doenças cardiovasculares. E mais, o óleo de coco, com seu efeito termogênico e sacietógeno, ajuda a promover o emagrecimento saudável
Como indicar o uso do óleo de coco extra virgem dentro dos conceitos da OMS?
Dra Tamara - Falando em calorias, uma colher de sopa bem cheia de óleo de coco contém 115 calorias. Três colheres serão 350 calorias aproximadamente. Se a ingestão calórica está em torno de 2.000 calorias, temos aqui 15 % da ingestão diária recomendada, podendo o indivíduo ainda se beneficiar do uso de azeite e da ingestão de sementes oleaginosas diversas, sem ultrapassar a cota de 30%.
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