É notório que a maioria dos praticantes preferem meditar em silêncio. Para que o yogi-praticante entre em um estado de meditação, não basta apenas sentar-se em padmasana, fechar os olhos, respirar, aquietar a mente e pronto. Muito pelo contrário, estes atos são apenas os passos iniciais para aqueles que buscam o estado meditativo.
Meditar não é uma tarefa simples. Mesmo que muitos leigos achem que é só cruzar as pernas, fechar os olhos e entoar um mantra, sabemos que não é bem assim.
Hoje em dia, existem muitas técnicas que conduzem ao estado meditativo que estão relacionadas em livros, gravações, vídeos, além das quais nos são transmitidas por meditadores mais experientes; no entanto, sabemos que, de início, para um praticante novato, a presença de um orientador qualificado na arte da meditação muito conta. Pode ser um yogi, um monge, um sacerdote ou alguém que sempre viveu em contato próximo com a natureza, mas que muito bem sabem meditar sem ao menos terem feito qualquer curso para isso.
Para encontrar o momento meditativo, que muitas das vezes pode ser breve como um relâmpago ou duradouro como uma onda do mar que vem até a praia, recomenda-se previamente a prática de ásanas (posturas yogikas), seguido pelo relaxamento psicofísico e os respiratórios, além de certas técnicas de concentração.
A meditação em si pode aparentar ser fácil, mas não o é. Meditar com o sem barulho faz a diferença, todos nós sabemos. Mas para aquele que verdadeiramente medita, meditar com a presença de barulho ou não, não faz qualquer diferença.Por um lado, aquilo que nos perturba, aquele barulho insistente que aparece no momento que reservamos à meditação, nada mais é do que um suporte, uma ferramenta, que virá nos assessorar no desenvolvimento desta arte.
Mesmo que você prefira o silêncio, muitas das vezes o barulho estará presente na mente. Naqueles pensamentos que andam por cá e por lá, que trazem inquietações e cobranças, tais quais você não consegue se desligar. Então, para que serve o silêncio se quem faz o barulho é a sua mente?
Do oposto, mesmo imerso em barulho, aquele meditador que é pleno e tem a mente quieta, conseguirá meditar. Você está sentado num banco no Parque Trianon, ouve barulhos diversos, do trânsito, da máquina que perfura, sente odor de café vindo de uma cafeteria, mas a sua mente está quieta e em instantes você utiliza tais sensos como auxiliares à meditação. Você ouve, sente, mas se desliga, de tudo e de todos, mas consciente e presente está, não importando o que aconteça, e aquilo que chamamos de meditação ocorre por um breve momento.
Noutro dia, você acha um banco isolado no Parque Ibirapuera, longe de todos e tudo, o mínimo barulho que se ouve são dos pássaros, que não chegam a incomodar. O ar é puro e a natureza está presente a sua volta representada pelas plantas e árvores. No entanto, se você estiver como a mente quieta, sereno, bem acomodado no silêncio daquele banco pintado em verde, favoravelmente você com facilidade irá se concentrar e meditar.
Mas, se mesmo diante de um lugar bem favorável e propício à meditação você estiver com a mente inquieta, pensando em que irá fazer depois ou cobrando-se por algo, de nada adiantará o silêncio do parque e mesmo que você queira, seus pensamentos, sua mente não deixarão você sequer se concentrar e meditar.
De tudo isso, o que se pode concluir é que quem faz o momento propício à prática da meditação é você mesmo, seja qual for o local, independente de barulho ou não. No silêncio, no ruído, a meditação acontece para aqueles que têm a mente pacífica e o pensamento desprendido. Harih Om!
FONTE: Humberto Meneghin para Yoga.pro
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