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Autocobrança: Entenda os prejuízos e como se libertar dela

Atendi uma cliente com um padrão intenso de autocobrança. Ela tinha um grande desejo de melhorar rapidamente suas questões emocionais. Vivia dizendo que deveria estar melhor do que estava e ficava frustrada com isso. O detalhe é que ela vinha fazendo progressos bem consistentes durante as sessões. Eu perguntei então por que ela se cobrava tanto. Ela respondeu que se não se cobrasse não ia ter motivação pra melhor, iria se acomodar.

 

Essa é uma crença muito comum e que gera muito estresse: eu tenho que me cobrar, se eu não me cobrar não vou melhorar, não vou ter vontade de melhorar. Perguntei para a minha cliente se essa autocobrança estava acelerando a sua melhora. Ela respondeu que não... Perguntei como seria a vida dela sem essa autocobrança toda. Ela disse que seria muito menos estressante.

 

Pois é, a autocobrança não fazia com que ela melhorasse mais rápido. Ela já vinha fazendo o que estava ao seu alcance pra melhorar. A autocobrança trazia apenas tensão emocional. Se cobrar dessa forma faz parte de quadros de baixa autoestima, onde a pessoa acredita que ela precisa se pressionar e se tratar mal pra conseguir fazer alguma coisa. Talvez seja um aprendizado que vem da infância, pelas cobranças recebidas dos pais.

 

Motivar a si mesmo é diferente de cobrar a si mesmo. A motivação gera uma energia boa, gera alegria, sem necessidade de tensão interna. No estado da motivação não há autopunição caso não se consiga o resultado desejado. No estado da autocobrança, vai haver a recriminação de si mesmo, sentimentos de culpa, frustração e autopunição ao não se atingir os resultados.

 

Essa não é uma forma saudável de tratar a si mesmo. A minha cliente deixava, inclusive, de dar importância a tudo que já tinha melhorado. Ela sabia e reconhecia os progressos que tinha feito, mas não dava a devida importância pra isso. Tudo o que ainda não havia melhorado conforme ela queria, parecia muito mais importante. Isso torna a vida muito mais difícil, por que sempre vamos ter coisas pra melhorar e vira uma corrida sem fim, sempre com muitos motivos pra se cobrar e quase nenhuma razão pra ficar feliz consigo mesmo.

 

Tanto a autocobrança quanto a acomodação tem origem em problemas de autoestima. Se cobrar em excesso significa falta de paciência consigo mesmo, dificuldade de se perdoar e de se compreender. Tem pessoas que conseguem ser muito compreensivas e benevolentes com os outros, mas são implacáveis consigo mesmas. Dão bons conselhos pros outros, dizem pra eles que está tudo bem mesmo que tenham cometido um erro. Só não conseguem ter a relação amigável consigo mesmo. A voz interior é sempre áspera e não dá trégua. E sempre que cometem um erro ou não atingem um objetivo, colocam a si mesmos pra baixo.

 

Aprender a ter paciência e mais compreensão consigo mesmo faz parte do resgate da autoestima. É sinal de amor por si mesmo.

 

A acomodação, conforme eu falei, também vem de problemas na autoestima. Acomodar-se significa poder fazer coisas pra se melhorar ou pra atingir um objetivo, e simplesmente não fazer. Por trás da acomodação existem sentimentos de não merecimento, sensação de não ser capaz, processos de autopunição e outras coisas que levam a pessoa a ficar estagnada e não tomar providências práticas pra crescer.

 

Tem pessoas que querem combater a acomodação com a autocobrança. Por um lado sentem falta de energia e motivação que as deixam no estado da acomodação, e por outro lado se torturam com a autocobrança. É um jogo emocional que gera muito sofrimento.

 

Será que é possível parar se cobrar e ao mesmo tempo buscar melhorar? Foi que perguntou minha cliente. E a resposta é sim! É claro que sim. Quando a autocobrança diminui, o estresse também diminui e sobra mais energia pra você fazer o que precisa ser feito. Com menos autocobrança você deixa de ficar cego para o que você já conquistou, e isso traz mais motivação e alegria. A sua produtividade aumenta quando a tortura mental acaba.

 

O juiz interior implacável que muitos de nós temos foi alimentado por críticas e cobranças que nós recebemos no passado. Quanto mais criticados nós fomos, mais feroz vai ser o nosso juiz interior. As críticas costumam deixar carga emocional acumulada. Quando somos criticados e cobrados surge uma energia interna negativa; são sentimentos de que não temos valor, que não somos bons o suficiente. Essa energia vai ficando mais intensa e de forma inconsciente começamos com o diálogo mental da autocobrança que nos coloca pra baixo.

 

Preste bem atenção a essas vozes internas. Com quem você aprendeu a se tratar dessa forma? Será que você era tratado dessa maneira no passado? Será que você não recebia reconhecimento, atenção, elogio na infância e desenvolveu a sensação de que você nunca é bom o suficiente?

 

É hora de entender e curar isso pra que você não fique alimentando esse juiz severo. Uma forma de você diminuir muito a sua força, é através da auto aplicação da *EFT (técnica para autolimpeza emocional, veja como receber um manual gratuito no final do artigo). Você deve listar esses pensamentos de autocobrança e aplicar a técnica falando sobre eles, até que percam a força emocional e sejam dissolvidos por completo.

 

É importante também buscar lembranças no passado de críticas, rejeição, falta de reconhecimento e limpar as emoções que surgem ao pensar nessas situações. Tudo isso vai fazer dissolver o diálogo mental negativo de autorrepreensão se dissolver, e o juiz interior vai ficar cada vez mais mansinho...

 

Fonte: André Lima - EFT Practitioner. *EFT - Emotional Freedom Techniques - É a autoacupuntura emocional sem agulhas.

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