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Dia da Sobrecarga: Cota de recursos da natureza esgotou, e agora?

Se a humanidade consumisse, a cada ano, apenas a cota de recursos naturais que a Terra é capaz de repor, mantendo assim o equilíbrio ambiental do planeta, teríamos que "parar as máquinas" nesta terça-feira, 20/08. Isso porque esgotamos hoje todo o estoque de recursos naturais que tínhamos para gastar ao longo de todo o ano de 2013, segundo estimativas da Rede Global de Pegada Ecológica (ou Global Footprint Network (GFN), em inglês), que é parceira da WWF. 

 

Isso significa que, nos próximos quatro meses e 11 dias, todos os recursos naturais que forem usados pelo homem não serão repostos pelo planeta, causando danos irreversíveis ao meio ambiente, como: 

- redução das florestas; 

- perda da biodiversidade; 

- colapso dos recursos pesqueiros; 

- escassez de alimentos; 

- diminuição da produtividade do solo; 

- acúmulo de gás carbônico na atmosfera e 

- aumento das mudanças climáticas. 

 

O Dia da Sobrecarga é calculado há 10 anos pela Rede Global de Pegada Ecológica, levando em conta, basicamente, o consumo global e a capacidade da natureza de prover e repor recursos e de absorver resíduos. 

 

Segundo a ONG, a partir do início da década de 1970, nossa conta está no vermelho - ou seja, a demanda por recursos naturais ultrapassou a capacidade de produção renovável do planeta - e, desde então, o Dia da Sobrecarga é antecipado, anualmente, em dois ou três dias. Em 2012, por exemplo, o esgotamento aconteceu em 22/08, o que significa que em 2013 consumimos ainda mais recursos naturais do que no ano anterior.

 

QUEM SÃO OS PRINCIPAIS DEVEDORES 

De acordo com os cálculos da GFN, para não ficarmos no vermelho em 2013, precisaríamos dos recursos e serviços naturais de aproximadamente um planeta e meio para suprir nossa demanda. E mais: se continuarmos nesse ritmo, a projeção é de que necessitaremos de duas Terras para sustentar a humanidade antes de 2050. 

 

O problema impacta os mais de 7 bilhões de habitantes do planeta, mas alguns países contribuem mais do que outros para a situação. Entre os principais devedores ecológicos - ou seja, as nações que utilizam mais recursos naturais do que possuem dentro de suas próprias fronteiras -, a GFN destaca, respectivamente: 

- o Japão, onde a população consome 7,1 vezes mais recursos do que possui; 

- o Quatar, onde o consumo é 5,7 vezes maior do que poderia; 

- a Suíça (4,2 vezes maior); 

- a Itália (4 vezes maior) e 

- o Reino Unido (3,5 vezes maior). 

 

Na outra ponta do ranking, estão os países que, por enquanto, são credores ecológicos - ou seja, oferecem ao mundo mais recursos naturais do que consomem. O Brasil está entre eles, principalmente, por conta da Amazônia, que retém bastante carbono nas árvores e, apesar do desmatamento, ainda tem uma grande oferta de terras agricultáveis não desgastadas. 

 

No entanto, a diferença entre o que consome e o que a natureza é capaz de repor e absorver está cada vez menor no Brasil, assim como em outros países credores, como mostra o gráfico abaixo da GFN. "A América Latina e, mais especificamente, a América do Sul está numa posição única no contexto mundial, já que suas reservas ecológicas ainda superam sua pegada ecológica. No entanto, esse padrão está mudando e agora, mais do que nunca, os países sul-americanos precisam compreender sua situação para continuar competitivos na nova economia", diz Juan Carlos Morales, diretor regional para a América Latina da Global Footprint Network. 

 

Fonte: Planeta Sustentável

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