Em um futuro próximo, as luzes da sua casa podem não ser comandadas por aplicativos de iPhone como você imaginou. Elas também não virão de fontes sustentáveis como a energia eólica ou a solar. A iluminação da sua sala pode vir de uma planta - ou de muitas plantas - graças a um projeto norte-americano batizado de Glowing Plants - ou algo como "Plantas Brilhantes".
Para criar essa luz, os pesquisadores estão utilizando biologia sintética - combinação entre biologia e engenharia - e um software chamado Compilador de Genoma. "Não temos a planta brilhante ainda. Nós desenhamos a sequência do DNA da planta nesse software e iremos imprimi-la em pequenas bactérias inteligentes chamadas ‘Agrobacterias’", disse o gerente do projeto e mestre em Matemática, Antony Evans, a INFO Online.
Essas bactérias irão receber o DNA produzido pelo software e serão colocadas nas sementes que, ao longo do tempo, se tornarão plantas capazes de produzir luz. Para conseguir esse resultado é preciso combinar duas proteínas, a luciferin e a luciferase, presente em animais como libélulas e vagalumes. O software separa as sequências dessas proteínas e as sintetiza para criar bactérias mutantes que irão se unir aos tecidos embrionários das plantas.
A vida desses novos seres, no entanto, não deve ser tão longa. Uma Arabidopsis, tipo de planta usada nos experimentos, vive por cerca de três a quatro meses. Ela foi escolhida por ser a mais estudada na biologia molecular, embora seja possível trabalhar com qualquer planta.
Ainda não é possível prever se esses seres geneticamente modificados poderiam abastecer uma cidade inteira. "Essa é uma meta de longo prazo, é muito difícil saber quanto precisaria ser investido. Estamos inicialmente focados em usos ornamentais, mais tarde vamos decidir os próximos investimentos", afirmou Evans.
Para angariar fundos, os pesquisadores inseriram o projeto no Kickstarter, uma famosa plataforma de crowdfunding - ou financiamento coletivo - dos EUA. No site, os internautas podem doar dinheiro para tornar realidade a inovação. No início de maio, mais de 3,5 mil doações já haviam sido feitas somando um total de mais de US$ 200 mil. Com esse montante, Evans conta que já é possível criar a primeira planta brilhante em meados de agosto deste ano.
As plantas não serão comercializadas, mas os pesquisadores prometeram enviar sementes aos norte-americanos que doaram pelo menos US$ 40 para que possam criá-las em casa. Eles devem recebê-las entre maio e junho de 2014. Os brasileiros, por enquanto, não poderão ver esse brilho.
FONTE: Planeta Sustentável
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