“Dê-me uma alavanca, que eu modifico o mundo” - disse o físico, inventor, matemático, filósofo, engenheiro, astrônomo e sábio grego Arquimedes de Siracusa, há mais de dois séculos antes de Cristo. Pois bem. Passados 23 séculos dessa célebre frase proferida por quem seria considerado um dos principais cientistas da Antiguidade Clássica, a ferramenta poderosa a que Arquimedes se referia hoje se chama “mídia”. Isso mesmo: “mídia”, com 40% do poder de influenciar mudanças de hábitos, políticas públicas e até o dia a dia do cidadão comum, desde que aliada e comprometida com a sustentabilidade. A segunda arma que também vem sendo empunhada em todos os quadrantes do planeta, quase empatando em igual esperança, com 39% do poder de influenciar a mente e o comportamento dos novos cidadãos em formação, é a “educação”. Não a educação formal, mas a ambiental, se exercida com prioridade pelas múltiplas instituições de ensino, públicas ou privadas, e de maneira transversal. Não como mais uma matéria isolada, mas perpassando todas as disciplinas.
A esperança maior do enunciado constitucional que “todos têm direito a um meio ambiente ecologicamente equilibrado, preservado e mantido igual ou melhor para as futuras gerações” vem agora: se somarmos a mídia comprometida com a educação ambiental, o resultado é 79% da humanidade informada, conscientizada e, naturalmente, também compromissada. Uma humanidade não mais só errante sobre o único planeta com vida no sistema solar conhecido, vide as hordas de refugiados ambientais, da África, famintos, sem água e sem chão verde invadindo a Europa. Mas - mostrou a pesquisa - ainda é possível frear as mudanças climáticas em curso, vide o que o furacão Sandy causou no coração do país mais rico e poderoso da Terra, matando 41 pessoas e deixando outros 115 mil concidadãos temporariamente sem luz. Nem o iluminado Skyline de Manhattan escapou da fúria da natureza cada dia mais agredida em todo o planeta: “Veja o que o meio ambiente enlouquecido está fazendo conosco. Estamos vivemos, em plena Big Apple, como os homens das cavernas”, declarou a moradora Monique Arkward no dia seguinte à tragédia, após ter caminhado 40 quarteirões no escuro até uma igreja onde encontrou água, aquecimento e outros norte-americanos na mesma situação.
Voltando à pesquisa: que ferramentas e informações reunidas são essas, em que 63% das pessoas ouvidas numa pesquisa mundial dizem estar preocupadas com a questão ambiental simplesmente e naturalmente porque “querem que seus filhos vivam em um mundo igual ou melhor?”
É o que a Revista ECOLÓGICO, nesta 4ª Edição Especial de Aniversário analisa com exclusividade, os dados de um cenário internacional recente, de apenas dois atrás, com as chancelas da United Nations Global Compact, Kantar World, Accenture e Deloitte. Trata-se de estudo ccompilado e demonstrado por uma fonte também confiável e colega, a comunicadora social Olinta Cardoso, ex-diretora de Comunicação Institucional e ex-presidente da Fundação Vale.
Ele foi mostrado durante o Seminário “A Sustentabilidade no Jornalismo Brasileiro - O Social, o Econômico e o Ambiental na cobertura dos grandes temas”, promovido pelo Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, nas dependências da TV Globo Minas em BH, para os seus 60 profissionais de imprensa.
Como demonstrou Olinta, hoje conselheira do Instituto Ethos e sócia-diretora da Matizes Comunicação, com sede em São Paulo, a questão da sustentabilidade tornou-se transversal, irreversível e universal. Isso significa que nem os profissionais de imprensa e muito menos os veículos de comunicação, somando-se os educadores, podem mais ficar em cima do muro vendo e apenas relatando o mundo se degradar , extinguindo a sua biodiversidade.
Em vez de só informar os fatos imparcialmente, dentro de uma égide antiga, sem envolvimento e descompromissa com os resultados que provocam e afetam todo mundo, os jornalistas e publicitários não podem mais ficar “eticamente” indiferentes. Eles também têm de se posicionar, como partes declaradas, interessadas e capazes de ajudar nas soluções globais, uma vez que trata-se da salvação da natureza e deles, juntos. O nosso destino comum, já dizia Gro Harlem Brundtland, desde a Conferência de Estocolmo, 20 anos antes da Rio 92, quando pela primeira vez a humanidade pronunciou estas duas expressões juntas: desenvolvimento e meio ambiente. Uma das 10 palavras mais acessadas hoje na rede mundial de computadores é “sustentabilidade”.
Sob a nova ética, a ética ecológica, supra-humana - em que todos os seres vivos, sem exceção, têm o mesmo direito à aautopreservação - os comunicadores e seus veículos (leia-se também seus proprietários, igualmente não imunes) têm o poder impensável e revolucionário de ajudar a criar e divulgar um novo modelo de desenvolvimento, pensamento e comportamento compatíveis com a urgência de sustentabilidade do planeta, antes que seja tarde demais e não haja mais natureza e qualidade de vida para se preservar.
Mais. Se a mídia sempre se pautou por atender e se restringir à expectativa nem sempre avançada, progressista e, ao contrário, tradicionalmente conservadora de seus públicos, vide a ditadura de audiência do Ibope, agora ela tem um trunfo na mãos. Tanto no mundo real como no digital, via internet, seus públicos - leitores, ouvintes e telespectadores, incluindo os anunciantes - já atingiram um salto de consciência ambiental estrategicamente irreversível. A questão ambiental, como se consolidou na Rio + 20, caiu no gosto, na preocupação e engajamento da sociedade civil. Tornou-se pop e irreversível. Ou seja, a exemplo da nova economia e a política, a mídia também terá de correr atrás desse tema, para não ficar fora da nova ordem mundial. Foi o que a pesquisa comprovou:
92% dos térraqueos, notadamente do mundo ocidental, onde puderam ser ouvidos, já ouviram falar de aquecimento global.
79% da humanidade - ou seja, nós - se sente compromissada com o tema; ainda acreditamos ser possível influenciarmos e modificarmos o nosso futuro comum.
40% dos entrevistados têm confiança nos meios de comunicação, como as instituições com mais poder para influenciar e formar opinião, desde que engajem a informação ambiental em suas grades, programas, novelas e propagandas.
39% deste poder paralelo e esperança, já era de se esperar, com apenas um ponto de diferença, está nas instituições educativas. Nas escolas, professores e alunos. Nas mais conscientes e cidadãs gerações que estão sendo informadas com uma nova visão de mundo.
6% apenas das pessoas ouvidas disseram não se preocupar com isso, por acharem que o estado do planeta ainda “não é tão grave assim”.
FONTE:Hiram Firmino - Revista Ecologico
Refleti que midia é muito importanti nosso dia a dia porque sem a vida seria muito dificil mundo
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