"Um papa austero, com um pulmão a menos e torcedor do time San Lorenzo", publicou o site do jornal Perfil, da capital argentina.
Mas, segundo a biógrafa de Bergoglio, coautora do livro El Jesuíta, Francesca Ambrogetti, não há sinais de que os problemas afetem o pontífice.
A jornalista italiana, que mora em Buenos Aires, disse que o viu "sempre bem disposto, sem sinais daqueles problemas de saúde do passado".
Em entrevista à BBC Brasil, Ambrogetti lembra do relato do papa sobre as "fortes dores" que sentiu em decorrência da pneumonia que sofreu aos 21 anos.
"Ele disse que foram dias terríveis, que esteve três dias entre a vida e a morte, com muita dor e muito medo. Os médicos tiveram que cortar uma parte do pulmão dele, mas ele tem os dois pulmões", disse Ambrogetti.
Ambrogetti também afirmou que "a pontualidade e a simplicidade" foram características dele nos encontros que tiveram durante quase três anos para as entrevistas realizadas para o livro.
"Ele mesmo respondia cada carta dos fiéis, atendia e fazias as ligações, sem depender de assessores. Agora, vamos ver como adaptará seu estilo para o cotidiano no Vaticano".
O nome Bergoglio já aparece em uma conta no Twitter.
Mas quando morava em Buenos Aires ele preferia não usar computador e as secretárias imprimiam os emails que ele recebia, segundo a imprensa argentina.
Tango
Ambrogetti contou que Bergoglio disse que Buenos Aires é seu "lugar no mundo", mas que suas viagens à Itália, domínio do italiano e de outros idiomas, "deverão deixá-lo bem em Roma".
Ela definiu o novo papa como um "pastor", "preocupado com as pessoas", "apaixonado por tango, pelo seu time, o San Lorenzo, e um estilo de vida sem luxo algum".
Em cada encontro, Bergoglio repetia a frase que disse logo após ser eleito papa – "rezem por mim".
A declaração virou marca registrada do novo papa. Cada amigo, familiar ou conhecido entrevistado recentemente pela imprensa em Buenos Aires, como pais das vítimas da tragédia com um trem que deixou 51 mortos, no ano passado, repetia a mesma frase: "Ele sempre se despedia dizendo, rezem por mim".
Uma freira, Rosita, de 90 anos, que o conheceu, disse às TVs locais: "Acho que a missão dele era grande e por isso dizia essa frase. Se era grande antes, imaginem agora".
O sacerdote "Pepe" Di Paola, que trabalha nas "villas" (comunidades carentes) de Buenos Aires disse que "muita gente aqui nas áreas pobres chorou de emoção porque Bergoglio sempre esteve perto deles".
Após a surpresa com a eleição do papa argentino, e do dia seguinte já sem euforia nas ruas, alguns já preparavam as malas para estarem presentes à cerimônia de posse do papa, nesta terça-feira, no Vaticano. "Domingo embarco para o Vaticano", disse Juan Carlos Pallarols, que trabalha com pratarias e fez o cálice que presenteará ao novo papa.
Fonte: BBC
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