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Companheiro não se compra, se acolhe: Respeito e amor aos animais de estimação

Você já comprou um companheiro? Pois, esta é a primeira pergunta que faço quando vejo seres humanos comprando seres de outra espécie. Cães, gatos, pássaros e por aí vai, são seres tão livres (ou mais livres) quanto nós, humanos.

E por mais que todos sejam livres, a vida em sociedade não permite uma liberdade completa. É necessário preocupação e cuidado com aquilo que nos cerca. Cuidado com o ser humano, com animais de outras espécies e com o meio ambiente. Cuidar é respeitar, buscar o bem comum e as melhores soluções para um futuro sustentável em todos os sentidos.

Quando pensamos nos animais que vivem na rua, a preocupação é como essa situação estará daqui a alguns anos. A rua é um ambiente propício à proliferação de doenças, mortes por acidentes e para a reprodução sem controle dos animais. Além do que, quando estão nas ruas, os animais se alimentam de restos de comida ou do que encontram pela frente e não é nada legal ver o animal que for revirando lixo pelas ruas a procura de alimento.

Foi dessa busca pela sobrevivência que surgiu o termo “vira-lata”, utilizado para classificar informalmente animais SRD (Sem Raça Definida), ou seja, animais mestiços, vindos de origens diferentes. Existem vira-latas dos mais diversos portes, cores e temperamentos, e algumas características específicas costumam ser atribuídas a eles, como inteligência, afetuosidade, companheirismo e vigilância. Isso te lembra alguém?

Animais como produtos – Consumo, sofrimento e abandono


É triste constatar que nós, seres humanos criamos um mercado de animais de estimação frio e insensível onde os animais são tratados como objetos. O termo animal de estimação, em alguns casos, já não faz o menor sentido pois, o ato de estimar significa pensar no bem estar, significa cuidar e pensar que o animal estimado estará conosco durante muitos anos de nossa vida e que dependerá de nós.

Porém, o mercado não se preocupa com este “pequeno detalhe”, ele precisa girar e animais precisam ser vendidos. Observe na próxima vez que visitar uma grande loja pets, junto às gaiolas onde estão os animais podem ser vistos cartazes e o maior destaque visível é o preço, junto a forma de pagamento para aquisição o seu animalzinho: “Em 10x sem juros”.

Empolgados pela facilidade e impulsionadas pelo consumismo, muita gente compra estes animais, leva para casa e após alguns dias ou meses os abandonam. Infelizmente o abandono é muito comum e acontece todos os dias. Uma pesquisa nos EUA ilustra exatamente este cenário e constata que o principal motivo do abandono de cachorros, com 18,5% das respostas, é o fato do animal sujar a casa.

Que tipo de ser humano acolhe um animal e pensa que ele não faz sujeira, não dá trabalho, não se alimenta e não requer os cuidados mais básicos com higiene e saúde? É um pensamento mais que ultrapassado!

O destino destes animais é a rua, onde já existem mais 20 milhões de animais abandonados sem nenhum tipo de suporte (isso só no Brasil!).

O Estado não faz a sua parte, a regulamentação é superficial, não existem leis claras que combatam o consumo sem consciência e a fiscalização é praticamente inexistente. Sem fiscalização da comercialização de animais, criadores mal intencionados causam grande sofrimento aos animais, imagine quantos animais não sofrem com o descaso dentro de criadouros, no transporte às lojas e durante toda a sua vida?
É preciso mais consciência, regulamentação e fiscalização. Animais definitivamente não são produtos.
O Mundo oculto da criação de cachorros de raça

A demanda pelo consumo de animais cresce e o mercado precisa supri-la, o que fazer? Claro, vamos criar fábricas de cachorros!

Impulsionados pela falta de fiscalização, criadores clandestinos mantêm animais sem o mínimo de cuidados e com o fim específico da reprodução e obtenção de lucros através da venda dos filhotes. Neste tipo de negócio são usadas “matrizes” para a geração dos filhotes de raça, estes animais tratados como objetos referência são bases de toda produção.

Eles se reproduzem sem interrupção ou revezamento de cios, o que causa extremo desgaste físico e psicológico dos animais. Os maltratos contínuos deterioram a saúde dos animais, que são sacrificados quando não conseguem mais se reproduzir satisfatoriamente.
Como fazer a diferença

“O fenômeno pet, que inseriu o cão e o gato no seio familiar, não foi acompanhado por uma estrutura pública que previna e muito menos resolva o drama da superpopulação e do abandono”. ARCA Brasil

O gesto mais simples e bonito que pode ser feito em benefício dos animais abandonados e de rua, é sem dúvidas, a adoção. Um gesto altruísta que expressa a capacidade do homem de distinguir animais de produtos, desestimulando a reprodução dos mesmos nas “fábricas”. É um gesto de afeto e de generosidade.

Se você não tem como adotar, uma forma de se mobilizar em relação a esta questão é participar de ONG´s, grupos e entidades que buscam soluções para o abandono. E que tal depois dessa história toda, um final feliz?

Fonte: Zilah Rodrigues para Coletivo Verde

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